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Covid-19: Rio espera que Europa “responda como um todo” a ameaça global

LUSA
08-04-2020 14:20h

O presidente do PSD, Rui Rio, disse hoje esperar que seja possível à Europa “responder como um todo” à crise provocada pela pandemia de covid-19, desvalorizando que o Eurogrupo ainda não tenha chegado a um entendimento.

Questionado pelos jornalistas no parlamento sobre a suspensão da reunião do Eurogrupo, que continuará na quinta-feira, Rio disse compreender que “as negociações não são fáceis” e que não seja “numa reunião ou dias” que se alcance tudo o que se pretende, uma vez que “há perspetivas diferentes”.

“Fico preocupado é se depois não houver uma solução final em que a Europa, no seu conjunto e como um todo, dá uma resposta a uma ameaça que é à Europa como um todo, não é ao país A ou ao país B. Vai para lá da solidariedade, é a capacidade que a Europa tem de ter de responder enquanto Europa a uma ameaça que também é à Europa como um todo”, referiu.

“O facto de haver mais reuniões para um entendimento parece-me que é natural”, afirmou.

A videoconferência do Eurogrupo, iniciada na terça-feira à tarde e considerada decisiva para a resposta económica da Europa à crise provocada pela pandemia covid-19, foi suspensa ao início da manhã, após 16 horas de discussões, sem que fosse possível chegar a um consenso, e será retomada na quinta-feira, anunciou Mário Centeno.

“Após 16 horas de discussões, chegámos perto de um acordo, mas ainda não estamos lá. Suspendi o Eurogrupo e [a discussão] continua amanhã, quinta-feira”, escreveu na sua conta oficial na rede social Twitter o presidente do fórum de ministros das Finanças da zona euro e ministro das Finanças português, acrescentando que os seus objetivos permanecem os mesmos.

Antes da reunião, Centeno disse esperar um acordo sobre um pacote financeiro de emergência robusto para trabalhadores, empresas e países, no valor total de cerca de 500 mil milhões de euros, bem como um “compromisso claro” relativamente a um plano de recuperação (posterior) de grande envergadura.

Dois dos três elementos do pacote, as ‘redes de segurança’ para trabalhadores e para empresas, parecem pacíficos, dado o consenso em torno do programa de 100 mil milhões de euros proposto pela Comissão Europeia para financiar regimes de proteção de emprego e uma garantia de 200 mil milhões de euros do Banco Europeu de Investimento para apoiar as empresas em dificuldades, especialmente as pequenas e médias empresas.

A questão que continua a dividir os Estados-membros é a forma como apoiar os países, com uns a defenderem a emissão conjunta de dívida e outros o recurso a linhas de crédito do MEE.

Os ministros das Finanças estão então ‘obrigados’ a chegar a um compromisso sobre o apoio aos Estados-membros, pois foi essa a missão que lhes foi confiada pelos chefes de Estado e de Governo da UE na última cimeira, por videoconferência, realizada em 26 de março.

No final desse Conselho Europeu também marcado por divergências e fortes tensões, os líderes solicitaram ao Eurogrupo que apresentasse propostas concretas no prazo de duas semanas, prazo esse que ‘expira’ precisamente na quinta-feira.

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