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Covid-19: Universidades e politécnicos asseguram testes por todo o país

LUSA
08-04-2020 13:46h

As universidades e politécnicos estão a assegurar a realização de testes à covid-19 por todo o país em lares de idosos e à comunidade em geral, num movimento considerado hoje pelo Governo “inédito a nível nacional”.

O ministro da Ciência e do Ensino Superior, Manuel Heitor, adiantou hoje, em Bragança, que já há cinco laboratórios da academia a fazerem estes e “acerca de mais 10 estão a planear o arranque”, desde Bragança ao Algarve, no âmbito de um programa que envolve também os ministérios do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e da Coesão Territorial.

“Grande parte deste esforço começou no Instituto de Medicina Molecular (IMM), o Algarve adaptou muito rapidamente, e hoje também já temos os laboratórios em Coimbra, no Porto, em Aveiro, vários outros em Lisboa, em Bragança, e para a semana em Vila Real, Viana do castelo, Covilhã, em Castelo Branco, em Évora”, enumerou Manuel Heitor.

Os três ministros envolvidos no processo estiveram hoje em Bragança a formalizar os protocolos com o Instituto Politécnico de Bragança, que envolvem também a Unidade Local de Saúde (ULS) do Nordeste.

O politécnico e a ULS juntaram uma equipa de 30 profissionais que passam a fazer, em cerca de cinco horas, a análise de todos os testes realizados no distrito de Bragança e que até agora tinham de ser encaminhados para o Porto para se saber o resultado.

Um das vertentes deste protocolo é a realização de testes preventivos nos lares a idosos da região.

Através deste protocolo, o Instituto Politécnico de Bragança “garantirá a realização de cinco mil testes a lares”, segundo indicou a ministra do trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho.

O objetivo aqui, como disse a ministra, “é a prevenção em termos de identificação de casos positivos a nível de trabalhadores nos lares para a contenção da propagação porque, depois das medidas já adotadas, nomeadamente a proibição de visitas, os trabalhadores são aqueles que continuam a ter contacto com o exterior.

O programa prevê que os testes serão feitos “em primeiro lugar naqueles lares que têm equipas em que os trabalhadores voluntariamente se colocam durante sete ou 14 dias a trabalhar”.

Em segundo lugar, a intenção é intervir naqueles lares de maior dimensão, que têm maior número de utentes e trabalhadores, como explicou a ministra.

Ana Mendes Godinho disse que se trata de “um programa complementar” àquilo que os lares podem fazer e às medidas e planos de contingência que devem ter em vigor.

“É um programa nacional de prevenção que foi sendo iniciado à medida que as universidades estavam a ter capacidade de produção”, sustentou, acrescentando que “ao longo do país existem formas diferentes de operacionalização dos testes, como o caso concreto do Porto em que a Câmara se articulou com o Hospital de São João”.

“O que estamos a fazer é a garantir que em cada uma das zonas do país estamos a utilizar os recursos disponíveis para tentar chegar ao máximo número possível de pessoas”, acrescentou.

Para o ministro da Ciência e Ensino Superior, “este é um movimento inédito que mostra bem que a Ciência cura, mas também que os cientistas estão mobilizados para trabalhar em prol daquilo que é um desígnio nacional face à pandemia”.

O governante realçou que “neste momento não há nenhuma instituição universitária ou politécnica que já não esteja envolvida de alguma forma”.

“Ao mesmo tempo estamos a mobilizar a capacidade cientifica na realização de testes, na produção de equipamentos, desde as zaragatoas à produção de equipamento de proteção industrial, de equipamentos mais sofisticados como os ventiladores, mas também a utilização dos nossos laboratórios e das competências humanas dos nossos laboratórios para realizar testes”.

Parte destes programas e trabalho tem o apoio financeiro do Ministério da Coesão Territorial que disponibilizou 60 milhões de euros para o efeito, segundo a ministra Ana Abrunhosa.

Este apoio ao programa dos lares destina-se aos testes e alojamento, mas também à contratação temporária para substituir profissionais destas instituições que ficarem doentes ou de quarentena.

A ministra lembrou que podem trabalhar neste regime e acumular com os subsídios “quem estiver em ‘lay-off’ e quem estiver desempregado”, mas também estudantes, nomeadamente de enfermagem, e de outros cursos com competências na área e com direito a uma bolsa.

Portugal regista hoje 380 mortos associados à covid-19, mais 35 do que na terça-feira, e 13.141 infetados (mais 699), segundo o boletim epidemiológico divulgado pela Direção-Geral da Saúde.

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