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Covid-19: Chega preocupado com acesso ao ensino superior

LUSA
08-04-2020 13:03h

O deputado único do Chega, André Ventura, mostrou-se hoje preocupado com os efeitos que o fecho das escolas devido à covid-19 pode ter no acesso ao ensino superior, e pediu que seja "assegurada a mínima normalidade".

Em declarações aos jornalistas no final de uma reunião com o primeiro-ministro, António Costa, que decorreu na residência oficial, em Lisboa, o também presidente do Chega alertou que o concurso ao ensino superior pode sofrer "constrangimentos significativos se as escolas se mantiverem encerradas ou se o ensino se tiver que fazer noutros moldes".

Na reunião com o primeiro-ministro, o partido instou o Governo a implementar "um plano que possa garantir que, quer existam aulas presenciais, quer não existam aulas presenciais para o ensino secundário até ao final deste ano letivo, que seja assegurada a mínima normalidade em termos de acesso ao ensino superior".

"Em abril é evidente a todos os atores políticos que não é possível reabrir as escolas. Durante o mês de maio, o Governo quer fazer o esforço de conseguir, para os níveis mais elevados de escolaridade, por exemplo o ensino secundário, se houver condições para isso, reabrir presencialmente as escolas nas disciplinas fundamentais", afirmou.

Para o Chega isto é algo "aceitável" e "positivo", mas "o importante é garantir que mesmo que isso não aconteça", o "acesso à universidade não fica prejudicado".

Em entrevista à Rádio Renascença, na sexta-feira passada, o primeiro-ministro apontou que 04 de maio "é a data limite" para o recomeço das aulas presenciais na perspetiva de que o terceiro período letivo ainda possa decorrer "com a normalidade possível".​​​​​​​

"Pedimos também ao Governo, e que nos tranquilizou nesse aspeto, um plano para garantirmos que o próximo ano letivo, por muito bem que corram os próximos meses, ou mal, haja um plano para que não tenhamos os mesmos constrangimentos que tivemos este ano no próximo ano", afirmou Ventura.

O líder do Chega apontou que os especialistas estimam que "há uma grande probabilidade" de haver um novo surto "já em outubro ou em novembro".

O "grande desafio" que se avizinha, considerou o deputado, é "dar às famílias e às comunidades escolares meios telemáticos, televisivos e digitais" para o ensino à distância, a par de uma readaptação da "estrutura de transmissão digital para que, mesmo ao nível do secundário", existam "instrumentos que minimizem o impacto que isto vai ter na vida das pessoas".

André Ventura salientou igualmente que até ao nono ano de escolaridade podem existir "estratégias de compensação" das matérias que não foram lecionadas, mas para 11º e 12.º "estes anos poderão poder-se-ão perder para sempre".

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou cerca de 1,4 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 80 mil.

Em Portugal, segundo o balanço feito na terça-feira pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 345 mortes e 12.442 casos de infeções confirmadas.

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