O Governo timorense assinou um acordo com a companhia aérea australiana AirNorth quer permitirá a realização de três voos semanais entre Díli e Darwin para o transporte de medicamentos, emergências médicas e fornecimento de bens e serviços essenciais.
O acordo, dado hoje a conhecer pelo executivo, foi assinado na terça-feira pelo ministro dos Transportes e Comunicações, José Agostinho da Silva, evitando assim que o país fique isolado por via área, na sequência das medidas devido à covid-19.
Segundo o Governo, o acordo prevê que a Airnorth opere três voos por semana entre Díli e Darwin “para o transporte de medicamentos, emergências médicas e fornecimento de bens e serviços essenciais”, com os serviços a começarem já na sexta-feira.
“É responsabilidade do nosso Governo manter uma rota de trânsito aéreo para garantir que podemos continuar a trazer material para nos ajudar a lidar com os desafios decorrentes da covid-19”, referiu o ministro José Agostinho da Silva, citado no comunicado.
Apesar dos voos, o Governo anunciou hoje o fecho das fronteiras à entrada de cidadãos de qualquer nacionalidade, pelo que as ligações entre Díli e Darwin serão, no essencial, para carga e para eventuais necessidades de emergências médicas.
Os voos poderão ser usados por cidadãos australianos que queiram sair - os únicos cuja entrada é permitida na Austrália onde terão de cumprir uma quarentena obrigatória – sendo que não poderiam depois voltar a entrar em Timor-Leste, mesmo que aqui sejam residentes, enquanto durarem as medidas do estado de emergência, explicaram fontes do executivo à Lusa.
O executivo explica que o acordo com a empresa australiana responde ao impacto que a covid-19 está a ter no que toca aos transportes aéreos, incluindo em Timor-Leste, depois da AirNorth e a Air Timor (responsável pelas ligações a Singapura e Kupang, na Indonésia) terem anunciado a suspensão de voos.
“A cessação de todos os serviços aéreos deixa agora Timor-Leste isolado, sem a conectividade global que é essencial para o movimento de mercadorias, fornecimentos médicos ou para o transporte de passageiros em situações de emergência”, refere o executivo.
Quando a situação global e regional da pandemia de covid-19 se estabilizar, as duas partes antecipam uma “transição suave para a prestação de serviços regulares de passageiros”.
Agio Pereira, ministro de Estado na Presidência do Conselho de Ministros, disse que “não há nada mais importante do que a saúde e a segurança” da população timorense e que as medidas que estão a ser adotadas visam “proteger o povo timorense e garantir a segurança do país”.
“O Governo tem trabalhado para garantir uma solução rápida e económica de conectividade aérea. Apesar da Airnorth ter cortado os seus serviços em muitos locais devido ao impacto da covid-19, a companhia aérea concordou em continuar três serviços semanais para Díli, ao abrigo desta parceria”, refere.
O Governo sublinha o apoio máximo dado ao acordo pelo CEO da AirNorth, Daniel Bowden, que liderou pessoalmente o processo de negociação, conduzindo com apoio pró bono dos escritórios de advogados DLA Piper.
Timor-Leste tem um caso confirmado da covid-19.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou cerca de 1,4 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 80 mil.
Dos casos de infeção, cerca de 260 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.