O CDS defendeu hoje que o Governo deve manter a realização dos exames nacionais do 11.º e 12.º anos de escolaridade, assim como o modelo de acesso ao ensino superior, independentemente das datas, disse a deputada Ana Rita Bessa.
“Se para preservar estas duas coisas for preciso encontrar novas datas para finalizar o ano letivo, cá estaremos para tentar contribuir, com segurança para os alunos, professores e famílias”, afirmou à Lusa Ana Rita Bessa, no final da terceira reunião técnica sobre a "Situação epidemiológica da covid-19 em Portugal", no Infarmed, em Lisboa.
A deputada centrista realçou que esta será “sempre uma questão de saúde pública”, por um lado, e, por outro, de “eventualmente e excecionalmente” acabarem as aulas para os alunos do secundário mais tarde, assim como a realização dos exames nacionais.
“Sabemos que estas decisões vão ser avaliadas a cada semana em função daquilo que seja a opinião dos peritos de saúde e as condições de alívio das medidas de contenção do país”, sublinhou.
Ana Rita Bessa vincou ser “importante” que a realização dos exames nacionais e o modelo de acesso ao ensino superior sejam “mantidos sem decisões diferentes”.
Segundo a parlamentar, o CDS-PP está “plenamente de acordo” com a decisão de adiar as aulas presenciais no início do 3.º período e que esta medida “não é uma surpresa” devido ao estado de emergência na sequência da pandemia de covid-19 que o país enfrenta.
Para Ana Rita Bessa, decidido o adiamento “é importante agora saber o que será daqui para a frente”, questionando se “ainda vai ser possível haver algum período de aulas presenciais e para que ciclos e se isso implica recalendarizar o ano letivo que se previa que acabasse no princípio de junho”.
O CDS demonstrou ainda na reunião, promovida pelo Governo, preocupação para com os alunos do ensino profissional.
“Estes alunos estão também no ensino secundário, mas têm um perfil de ensino diferente, que prevê a realização de estágios. Por razões óbvias, estarão impedidos de fazer esse estágio, mas gostaríamos de perceber quais os cenários que o Ministério da Educação tem para encontrar uma resposta para estes alunos”, referiu a deputada.
Segundo Ana Rita Bessa, os cerca de 100 mil alunos do ensino profissional precisam de uma resposta sobre como irá decorrer o 3.º período, pois o ensino à distância nestes casos “é complicado devido a uma grande parte das disciplinas ser de trabalho prático”.
Para conter a disseminação do vírus, o Governo decidiu encerrar todas as escolas em 16 de março e desde então os alunos têm tido aulas à distância.
Para a maioria dos alunos do ensino básico e secundário, o terceiro período começa na próxima segunda-feira e o Governo avalia na quinta-feira se manterá este regime.
Hoje, a presidente do Conselho Nacional de Educação disse que as aulas do 3.º período letivo vão arrancar ainda à distância devido à pandemia de covid-19, considerando o regresso às escolas em maio pouco viável.
Em declarações à Lusa, Maria Emília Brederode Santos adiantou que o regresso às atividades letivas presenciais não será para já, acrescentando que o recomeço em maio é uma decisão que voltará a ser discutida mais à frente.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou cerca de 1,4 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 80 mil.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 345 mortes, mais 34 do que na véspera (+10,9%), e 12.442 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 712 em relação a segunda-feira (+6%).