Três associações apontam um “cenário dramático” no setor dos eventos, espetáculos e festivais, cancelados ou adiados devido à pandemia de covid-19, que impôs o estado de emergência em Portugal.
Num comunicado conjunto, a Associação Portuguesa de Festivais de Música (Aporfest) indica que todos os festivais e festividades foram cancelados ou adiados desde 4 de março; a Associação Portuguesa das Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos (APECATE) contabiliza mais de 300 milhões deeuros de cancelamentos e dá conta de empresas totalmente fechadas até setembro; e a Associação de Promotores de Espetáculos, Festivais e Eventos (APEFE) destaca os mais de 100 mil postos de trabalho afetados e os mais de 25 mil espetáculos e festivais com entradas pagas cancelados ou adiados, apenas no período de 08 de março a 31 de maio.
“Todos juntos na solução da crise” é o lema do apelo lançado pelas três associações, alertando que promotores e organizadores de eventos, artistas, técnicos e profissionais de espetáculos e eventos, empresas de audiovisuais e salas de espetáculos “viram a sua única fonte de receita suspensa”, sem data de fim.
“Os nossos setores estiveram sempre na primeira linha para ajudar a sociedade em momentos de crise, organizando e participando em eventos de angariação de fundos 'pro bono', em situações difíceis”, recordando, para justificar o pedido de ajuda.
As associações avançam com algumas medidas concretas: inclusão dos sócios-gerentes no apoio ‘lay-off’, manutenção dos orçamentos dos setores públicos para os eventos e a cultura, e injeção de dinheiro nas empresas do setor, “que foram as primeiras a fechar a atividade e serão, muito provavelmente, das últimas a retomar a mesma”.
Além disso, antecipam, “os eventos adiados têm custos duplicados e uma incerteza no que toca à sua realização, sendo que a confiança e o poder de compra do público estão comprometidos”.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,3 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 75 mil.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 345 mortes, mais 34 do que na véspera (+10,9%), e 12.442 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 712 em relação a segunda-feira (+6%).