O presidente da Câmara de Arcos de Valdevez apelou hoje ao Governo para contratar recursos humanos que permitam o funcionamento, no imediato, dos hospitais de retaguarda à covid-19 criados no distrito de Viana do Castelo para doentes em recuperação.
"Peço a atenção do Governo para disponibilizar os recursos necessários à contratação de profissionais de saúde, médicos e enfermeiros e de equipamentos que permitam para colocar os hospitais de retaguarda criados na região rapidamente a funcionar. A falta desses recursos humanos está a levar à transferência de idosos com covid-19, que recebem alta hospitalar, para os lares", alertou José Manuel Esteves.
O autarca social-democrata referiu que os hospitais de retaguarda que foram criados na região "tem de estar dotados de condições técnicas, médicos, enfermeiros e equipamentos hospitalares para responderem às necessidades dos idosos com covid-19, que apesar de terem recebido alta hospitalar, ainda necessitam de cuidados especializados de saúde".
"Podem não estar no hospital, que é o local onde se trata a fase aguda da doença, mas tem de ter uma alternativa, chamem-lhe hospital de retaguarda, chamem-lhe o que quiserem. Estes doentes não podem ser transferidos para os lares que não têm esses recursos", reforçou.
O autarca referiu que os dados da Autoridade de Saúde que lhe foram hoje fornecidos, em Arcos de Valdevez há 33 casos de infeção por covid-19.
No concelho, o Centro Paroquial e Social de Santa Maria de Grade com 39 utentes e 20 funcionários, é o caso mais grave de infeção pelo novo coronavírus.
Segundo João Manuel Esteves, "atualmente estão disponíveis em arcos de Valdevez cerca de 260 camas, distribuídas por cinco espaços, para pessoas em quarentena, devidamente equipados e desinfetados, de acordo com as orientações da Direção-Geral da Saúde (DGS).
Na semana passada, o centro cultural de Viana do Castelo, a maior sala de espetáculos do Alto Minho, foi transformado em hospital de campanha com 121 camas destinadas a acolher doentes com covid-19, sendo que a estrutura "poderá ir até às 200, com alas feminina e masculina".
"Neste momento, o espaço dispõe de 100 camas e enfermaria, 21 quartos individuais, sala de tratamentos, sala de convívio e refeições, unidade de gabinete médico, balneários masculinos e femininos, unidade de armazenamento de equipamento para sujos e limpos, dois acessos diferenciados de entradas e saídas e 80 cacifos individuais", especificou uma nota da Câmara de Viana do Castelo.
No comunicado, a autarquia da capital de distrito explicou que o "hospital de retaguarda já se encontra disponível, após vistoria onde marcaram presença o presidente da Câmara, o presidente do conselho de administração da Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM) e a presidente da União Distrital das Instituições Particulares de Solidariedade Social (UDIPSS) de Viana do Castelo.
"Ao todo, o hospital de retaguarda conta com 121 camas, mas poderá ir até às 200, com alas feminina e masculina. Neste momento, o espaço dispõe de 100 camas e enfermaria, 21 quartos individuais, sala de tratamentos, sala de convívio e refeições, unidade de gabinete médico, balneários masculinos e femininos, unidade de armazenamento de equipamento para sujos e limpos, dois acessos diferenciados de entradas e saídas e 80 cacifos individuais", especifica a nota.
Já esta semana, a Liga dos Amigos do Hospital de Viana do Castelo (LAHSL) disponibilizou à ULSAM 50 camas num hospital de retaguarda criado por uma rede de voluntários no pavilhão gimnodesportivo do seminário diocesano de Viana do Castelo.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,3 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 75 mil.
Dos casos de infeção, cerca de 290 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 345 mortes, mais 34 do que na véspera (+10,9%), e 12.442 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 712 em relação a segunda-feira (+6%).
Dos infetados, 1.180 estão internados, 271 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 184 doentes que já recuperaram.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril, depois do prolongamento aprovado na quinta-feira na Assembleia da República.
Além disso, o Governo declarou no dia 17 de março o estado de calamidade pública para o concelho de Ovar.