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Covid-19: Cabo Verde pede “zelo” na prevenção para continuar a “retardar” pandemia

LUSA
07-04-2020 20:20h

O diretor nacional de Saúde de Cabo Verde admitiu hoje que o país tem “conseguido retardar” a evolução da pandemia de covid-19, mas apelou ao cumprimento “com zelo” das medidas de prevenção e sem ficar “à sombra da bananeira”.

“Felizmente estamos com poucos casos, temos conseguido retardar a evolução da epidemia em Cabo Verde, mas não devemos ficar à sombra da bananeira e desses resultados. O mundo já provou que esse jogo pode ter uma reviravolta repentina”, alertou o diretor nacional de Saúde, Artur Correia, ao anunciar, na conferência de imprensa diária das autoridades sanitárias, na cidade da Praia, mais um dia sem novos casos positivos da doença.

Cabo Verde conta com sete casos confirmados de covid-19, provocada por um novo coronavírus, entre as ilhas da Boa Vista (4), de Santiago (2) e São Vicente (1).

O primeiro caso, registado na Boa Vista, um turista inglês de 62 anos que acabou por morrer, foi confirmado em 20 de março e o último, uma cidadã chinesa de 56 anos residente em São Vicente, em 03 de abril.

Os quatro cidadãos infetados que permanecem em Cabo Verde - um turista inglês e outra dos Países Baixos regressaram entretanto aos países de origem - estão estáveis.

Para Artur Correia, nesta fase é preciso “cumprir com zelo as medidas do estado de emergência”, como o isolamento e o distanciamento social, para assim evitar o que se vê noutros continentes: “Não queremos viver o que os outros países viveram”.

Cabo Verde cumpre hoje o décimo dia, de 20 previstos, de estado de emergência para conter a pandemia provocada pelo novo coronavírus, com a população obrigada ao dever geral de recolhimento, com limitações aos movimentos, empresas não essenciais fechadas e todas as ligações interilhas e para o exterior suspensas.

Ainda assim, o diretor nacional de Saúde admite que Cabo Verde está a “fazer o caminho da preparação” para um “eventual agravamento da situação” da pandemia de covid-19.

“Todos os países já passaram por essa fase de aflição, de invasão e enfraquecimento do serviço nacional de saúde, dos seus sistemas de saúde, e nós não queremos viver o que os outros países viveram. Por isso é que estamos a fazer tudo para dotar o país de todas as condições”, afirmou Artur Correia.

Acrescentou que Cabo Verde conta já com 50 ventiladores funcionais, número que deverá subir para 120 até maio, assumindo que o país estará preparado para todos os cenários.

“Mas não podemos gastar todos os cartuchos numa só batalha, porque a guerra pode ser longa”, advertiu.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,3 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 75 mil.

Dos casos de infeção, cerca de 290 mil são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

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