Uma organização não-governamental do Zimbabué vai levar o Governo do país a tribunal por considerar que este falhou em “fornecer equipamentos de proteção” contra a covid-19 a mais de 16.000 médicos e enfermeiros.
“Suportamos o peso desta pandemia e somos vulneráveis, apesar de o primeiro demandado [o ministro da Saúde] ter dito ao mundo que o Zimbabué estava pronto – ao ponto de oferecer apoio a outros países afetados”, refere a organização Médicos do Zimbabué pelos Direitos Humanos (ZADHR, em inglês), num documento enviado à Justiça do país e citado pela imprensa local.
A organização refere que tem observado "com receio” que o Zimbabué “não está preparado para a pandemia e que as medidas tomadas até agora ficam aquém das medidas necessárias para prevenir, conter e tratar a incidência da covid-19”.
A ZADHR acrescenta que os médicos têm denunciado uma falta de equipamento apropriado, como ventiladores, tanques de oxigénio, fatos de isolamento, máscaras N95 e uma falta de controlo nas infraestruturas dedicadas ao cumprimento do isolamento e da quarentena.
A organização aponta que estas infraestruturas “são poucas para lidar com um surto maior do vírus no país inteiro”, referindo que estas se encontram apenas em Harare e Bulawayo.
Desde o início da pandemia, o Zimbabué registou 10 casos de infeção pelo novo coronavírus, dos quais resultou pelo menos um morto.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,3 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 75 mil.
Dos casos de infeção, cerca de 290 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Em África, o número de mortes devido à covid-19 subiu para 487, num universo 10.075 casos registados em 52 países, de acordo com a mais recente atualização dos dados da pandemia no continente.