Segundo aquela organização, citada pela agência EFE, as autoridades nicaraguenses proibiram a instalação de seis centros de prevenção à covid-19 e de um ‘call center’, para informar, orientar e atender a população do norte de Nicarágua, iniciativa promovida pelo bispo Rolando Álvarez e um grupo de médicos.

O bispo Rolando Álvarez anunciou o seu projeto no domingo, num contexto de incerteza já que as autoridades, que confirmaram apenas seis casos de covid-19, incluindo uma morte, têm transmitido informações escassas e confusas sobre a pandemia, mas também se recusam a seguir as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), acrescentou.

“Os especialistas apontam que (...) é essencial estabelecer redes de solidariedade comunitária, exatamente o que Álvarez está a fazer para enfrentar o vírus, reduzir infeções e salvar vidas valiosas. Nenhuma autoridade pode anular o juramento hipocrático dos médicos", afirmou a Aliança.

Segundo explicou o bispo Rolando Álvarez através das redes sociais, pelo menos 30 médicos estão dispostos a cooperar para prevenir ou mitigar a covid-19, assim que as autoridades levantarem o veto.

O Centro Nicaraguense de Direitos Humanos (Cenidh) afirmou que "proibir a instalação deste centro de prevenção é um ataque direto ao direito à saúde e à vida, e é um ato verdadeiramente irracional e sem lei contra o qual as organizações internacionais devem agir solidariedade”.

As ações do governo levaram os nicaraguenses a tomar medidas preventivas por conta própria, como o distanciamento social e cuidados de higiene, ignorando as autoridades.

A Nicarágua está a viver uma crise sociopolítica desde abril de 2018 que já resultou em centenas de mortos, presos ou desaparecidos, milhares de feridos e dezenas de milhares em exílio.