"Vamos ter de abdicar de algumas coisas, mas não vamos abdicar de muitas. Primeiro, porque a situação económica e financeira do município não exige. E temos um plano calculado com suficiente margem para agora estarmos aflitos. E a ponte continua a ser prioridade", disse Eduardo Vítor Rodrigues quando falava aos jornalistas à margem da reunião de câmara desta tarde.

Durante a sessão, realizada por videoconferência devido à pandemia covid-19, Eduardo Vítor Rodrigues foi questionado pela oposição social-democrata sobre se está a ser equacionada alguma revisão orçamental devido aos gastos que não estavam calculadas com o combate ao surto do novo coronavírus, tendo o presidente socialista dito que “rever as contas será inevitável”, mas que “não vê, à data de hoje, razão para qualquer necessidade de suspensão de projetos”.

Já à margem da reunião, Eduardo Vítor Rodrigues garantiu que "continua otimista" com o projeto da nova travessia sobre o Douro, batizada como Ponte D. António Francisco dos Santos, a qual foi anunciada em abril de 2018 e tinha como prazo previsto de conclusão o ano de 2022.

"O país não vai parar e há um conjunto de projetos que não vão parar. Mas, não escondo que neste momento estou a rever o plano e orçamento, porque vamos ter de fazer uma alteração orçamental, porque agora estamos a gastar dinheiro em materiais e medidas que não estavam previstas", referiu o autarca.

Quando foi anunciada, a ponte, que irá ligar Campanhã (Porto) e o Areinho de Oliveira do Douro (Gaia), tinha um custo estimado de 12 milhões de euros, integralmente assumidos pelos municípios de Porto e Gaia, em partes iguais.

Já em novembro, numa sessão da Assembleia Municipal do Porto, o presidente da autarquia, Rui Moreira, esclareceu que a nova travessia iria custar 26,5 milhões de euros, valor que inclui os acessos.

Hoje, Eduardo Vítor Rodrigues frisou que "os municípios têm de se preparar para contribuir para o esforço do país de contrariar a recessão".

"Daqui a meio ano vamos precisar de ter um conjunto de projetos e contratos em carteira sob pena de passarmos mais meio ano a lançar procedimentos que vão ter de esperar pela burocracia", concluiu.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,2 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 70 mil.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 311 mortes, mais 16 do que na véspera (+5,4%), e 11.730 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 452 em relação a domingo (+4%).

Dos infetados, 1.099 estão internados, 270 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 140 doentes que já recuperaram.