O alto representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrel, considerou "positiva" a libertação pelas autoridades de Pequim do advogado chinês de direitos humanos Wang Quanzhang preso há quatro anos e meio.
"Wang foi preso por causa do trabalho em prol dos direitos humanos. A União Europeia espera que a libertação decorra sem condições no que respeita à liberdade de movimentos, para estabelecer residência incluindo a possibilidade de reunir-se com a família", indica um comunicado do porta-voz do espanhol Josep Borrel, difundido hoje.
Wang Quanzhang saiu hoje da prisão onde cumpria uma pena por "subversão contra o Estado", acusação frequentemente utilizada pela República Popular da China contra ativistas e dissidentes políticos.
O advogado foi preso em 2015 e encontra-se neste momento na casa onde residia antes de ter sido preso, tendo sido desalojado o inquilino que ocupava o domicílio nos últimos anos.
Neste momento desconhecem-se mais detalhes sobre a situação de Wang Quanzhang e não se sabe se o advogado vai, eventualmente, ficar em casa para cumprir uma quarentena por complicações relacionadas com a pandemia de covid-19.
"A União Europeia considera que os direitos e a legislação, assim como os compromissos internacionais de Pequim não foram respeitados durante o julgamento e a detenção", indica o mesmo comunicado.
No documento, Bruxelas pede uma investigação sobre os maus tratos na prisão, incluindo torturas.
A União Europeia instou a República Popular da China a "libertar e a reabilitar todos os presos ou indivíduos com mobilidade restringida por motivos políticos".