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Covid-19: A importância da qualidade do ar interior

Canal S+ LP
03-04-2020 08:26h

Em entrevista ao S+, Manuel Gameiro da Silva, professor catedrático do Departamento de Engenharia Mecânica da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, alerta que a qualidade do ar interior é crítica, face à atual situação pandémica.

Manuel Gameiro da Silva reforça que se devem evitar reuniões presenciais e, em plena crise pandémica, os espaços interiores devem ser fortemente ventilados, com ar novo, para que seja possível diminuir as concentrações do vírus.

O especialista em climatização explica que os diferentes modos de transmissão das doenças infeciosas estão associados a partículas de dimensões diferentes e, com o já aconselhado distanciamento social é possível eliminar a transmissão através de partículas intermédias, responsáveis pelo contágio direto do emissor para o recetor, ao tossir ou espirrar. Por outro lado, a transmissão por contacto deve-se às partículas mais pesadas, “que caem e ficam alojadas nas superfícies, fazendo com que a pessoa que tocou no local fique infetado, caso passe a mão na boa ou nariz.

No entanto, as partículas mais pequenas ficam em suspensão e seguem as correntes de ar que há na sala. No exterior há uma maior probabilidade do vírus ser destruído pela radiação solar, devido à sua componente ultra violeta mas, o mesmo não acontece no interior. “O vírus tem a capacidade de permanecer nos aerossóis por mais de 3 horas”, alerta.

 

O cientista é defensor do uso da máscara e até da viseira, sempre que se preveja a presença  num ambiente de ocupação múltipla, sendo a melhor forma de proteção face a “um vírus que tem uma dimensão de 0,1 micro, e com partículas de dimensão ate 10 micro, 100 vezes a dimensão do vírus”.

Alerta ainda que tem maiores condições de persistir em ambientes secos e, por isso, aconselha a população para que, em dias secos, tentem humidificar o ar “nem que seja com uma panela ao lume”. 

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