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Covid-19: Conserveira açoriana Santa Catarina reduz capacidade produtiva

02-04-2020 13:52h

A conserveira açoriana Santa Catarina, o maior empregador da ilha de São Jorge, regista uma "redução da capacidade produtiva", para proteção dos trabalhadores, mas não pretende entrar em 'lay-off', disse hoje a administração.

"Neste momento estamos com algumas contingências de produção, porque tivemos de dividir a fábrica em dois turnos, para proteção da saúde dos nossos colaboradores, e isto tem feito com que a produção esteja condicionada", explicou à Lusa o presidente do conselho de administração, Rogério Veiros, assegurando, no entanto, que a conserveira "pretende continuar a laborar sem causar qualquer perda de rendimentos para nenhum dos colaboradores".

A conserveira Santa Catarina é a maior entidade empregadora de São Jorge com cerca de 140 funcionários, na sua maioria mulheres.

"Não pretendemos entrar em 'lay-off'. Precisamos de laborar. Somos uma indústria e uma empresa essencial para a alimentação", acrescentou.

O responsável salientou a importância da empresa, "uma indústria alimentar de conservas de atum e que continua a laborar e continua a ajudar a alimentar Portugal".

"Precisamos de continuar a laborar face à procura que estamos a ter, pelo facto de ser um produto alimentar", reiterou, destacando que "as conserveiras açorianas representam o abastecimento de mais de 25% das conservas de atum consumidas em Portugal".

O ‘lay-off’ simplificado entrou em vigor na sexta-feira e é uma das medidas excecionais aprovadas pelo Governo para manutenção dos postos de trabalho no âmbito da crise causada pela pandemia covid-19.

As empresas que aderirem podem suspender o contrato de trabalho ou reduzir o horário dos trabalhadores que, por sua vez, têm direito a receber dois terços da remuneração normal ilíquida, sendo 70% suportada pela Segurança Social e 30% pela empresa.

A remuneração tem como limite mínimo o salário mínimo nacional (635 euros) e como máximo três salários mínimos (1.905 euros).

Além do IRS, os trabalhadores descontam ainda 11% para a Segurança Social.

Até à data, foram detetados na região 63 casos positivos para infeção pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, que causa a doença covid-19, sendo 28 em São Miguel, 11 na ilha Terceira, três na Graciosa, sete em São Jorge, nove no Pico e cinco no Faial.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 209 mortes, mais 22 do que na quarta-feira (+11,8%), e 9.034 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 783 em relação à véspera (+9,5%).

Dos infetados, 1.042 estão internados, 240 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 68 doentes que já recuperaram.

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março, tendo a Assembleia da República aprovado hoje o seu prolongamento até ao final do dia 17 de abril.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 940 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 47 mil.

Dos casos de infeção, cerca de 180.000 são considerados curados.

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