A emissão do empréstimo obrigacionista da Saudaçor significa uma poupança de 26,8 milhões de euros em oito anos, que será canalizada para hospitais e unidades de saúde da região, afirmou segunda-feira o vice-presidente do Governo dos Açores.
Sérgio Ávila, que falava na sessão de admissão do empréstimo obrigacionista da Saudaçor (Sociedade Gestora de Recursos e Equipamentos da Saúde dos Açores) na Euronext Lisbon, que aconteceu segunda-feira, em Ponta Delgada, afirmou que “a região vai pagar anualmente menos 3,3 milhões de euros no conjunto dos oito anos”.
“(…) Como é uma taxa fixa, registará uma poupança de 26,8 milhões de euros”, informa um comunicado remetido pelo Governo Regional.
O responsável pela pasta das Finanças da região avançou que esta poupança “irá permitir reforçar no mesmo montante as transferências para os hospitais e para as unidades de saúde de ilha”, isto é, a partir de 2020, “os hospitais e as unidades de saúde de ilha terão disponíveis mais 3,3 milhões de euros por ano”.
Segundo Sérgio Ávila, em 2020, também “está previsto um reforço das transferências para os hospitais e unidades de saúde de ilha de 26,5 milhões de euros face aos montantes de 2018”, consequência da capacidade de reestruturar os financiamentos e obtê-los com taxas muito mais baixas, anunciou o vice-presidente do Governo Regional dos Açores.
O governante realçou com esta emissão conseguiu-se obter uma taxa de juro fixa a oito anos apenas a 0,49%.
“Esta não é apenas uma taxa de juro que baixa, não é apenas uma avaliação extremamente positiva do mercado, o que fizemos aqui foi uma operação de refinanciamento, ou seja, de substituição de um financiamento por outro e conseguimos com esta operação, lançando-a no mercado, reduzir em seis vezes a taxa desse mesmo financiamento”, explicou o vice-presidente citado na mesma nota.
A emissão de dívida foi anunciada em 03 de outubro em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
O executivo açoriano aprovou, em julho, o decreto legislativo regional que extingue a Saudaçor, no âmbito de uma reestruturação do setor público empresarial regional, anunciada em fevereiro de 2018, em que o Governo Regional anunciou a redução da sua participação direta ou indireta em 17 empresas.
“O decreto legislativo regional está já na Assembleia Legislativa dos Açores, está a seguir o seu caminho, mas enquanto não é extinta, nós desenvolvemos as operações financeiras que julgamos pertinentes para reduzir os encargos financeiros desta empresa. Uma coisa não invalida a outra”, salientou o Governo dos Açores em setembro.
À data do anúncio da intenção de extinção, a empresa pública regional tinha uma dívida de 640 milhões de euros, que será transferida para o executivo açoriano.