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Termas de Monção liquida dívida de mais de 200 mil euros ao município

LUSA
15-10-2019 11:15h

A empresa Advancesfera - Unipessoal, concessionária do balneário termal de Monção, liquidou uma dívida superior a 200 mil euros à Câmara local e vai, este mês, avançar com obras no interior do edifício, anunciou a câmara segunda-feira.

Em comunicado, a autarquia do distrito de Viana do Castelo explicou que a concessionária "liquidou, em 2018, o valor de 60.110,00 euros e, este ano 156.858,23 euros, perfazendo um total de 216.968,23 euros".

"Na contabilidade atual, ficam apenas pendentes os meses de agosto e setembro (10.000,00 mais IVA)", especificou o município, acrescentando que, "entre os dias 28 e 30, a unidade vai encerrar para dar continuidade a trabalhos de beneficiação no pavimento, tetos e paredes".

Inaugurado em junho 2001 pelo Presidente da República Portuguesa, Jorge Sampaio, o balneário termal de Monção encerrou em 2005 por razões sanitárias e reabriu em junho de 2008, após obras avaliadas em 1,5 milhões de euros.

O equipamento foi concessionado, por 25 anos e por 1,2 milhões de euros, pela Câmara de Monção ao grupo espanhol Tesal, que localmente constituiu a Advancesfera, para gerir a estrutura.

Na nota hoje enviada, a Câmara de Monção, liderada pelo social-democrata António Barbosa referiu que o balneário termal, "com nova diretora desde julho e localizada no Parque das Caldas, tem sentido uma procura mais acentuada por parte de clientes portugueses e espanhóis, tanto na componente terapêutica como na oferta relacionada com o lazer e a estética".

De acordo com os números hoje avançados pelo município, "em agosto, 1.900 pessoas acederam ao circuito termal e 620 fizeram tratamentos de bem-estar".

"Em setembro, foram 1.600 e 520, respetivamente. Números que praticamente duplicaram em relação a meses homólogos de anos anteriores. Estão disponíveis, programas de antisstress, de emagrecimento, de anticelulíticos, e de rejuvenescimento", especificou, acrescentando que os tratamentos terapêuticos, registaram "um aumento de 30 por cento".

"Após alguns anos de gestão difícil, a nova realidade permitiu à empresa proceder à liquidação da dívida em atraso ao município de Monção", destaca a nota, sublinhando que "para responder ao número crescente de aquistas, a empresa tem feito diversos melhoramentos ao nível do pavimento, tetos e paredes".

O presidente da Câmara de Monção, António Barbosa, citado no documento, manifestou-se "bastante satisfeito com o cumprimento financeiro da concessionária, desejando que os bons indicadores económicos do presente possam crescer e consolidar-se no futuro, restituindo o prestígio das Termas de Monção".

"Da nossa parte, vamos continuar com a afirmação do nome de Monção para trazer gente à nossa terra. Temos várias intervenções em andamento e projetos em fase de arranque que vão potenciar a capacidade de atração do nosso município. Hoje somos visitados por muita gente. Amanhã, com uma oferta mais ampla, serão mais", observou.

Em novembro de 2017, após ter conquistado a Câmara de Monção ao PS, António Barbosa, deu um prazo de 30 dias àquela concessionária para pagar uma dívida de 100 mil euros, relativa a pagamentos em atraso pela exploração do equipamento municipal.

Na altura, em comunicado, o novo executivo do PSD, explicou que o montante em dívida incluía "o pagamento de 11 rendas mensais, 55.000 euros, o incumprimento na liquidação do fornecimento de água pública, 11.587 euros e atrasos no plano de pagamentos aprovado por deliberação camarária, 11.000 euros".

Àqueles valores, acrescentava a nota, "acresce IVA à taxa legal em vigor, situando-se a divida global muito perto dos 100 mil euros", adiantando que o ultimato foi aprovado, por unanimidade em reunião camarária.

Já em março de 2015, a autarquia, então liderada por Augusto Domingues (PS), tinha feito ultimato semelhante, na altura, por dívidas no valor de 35 mil euros. Daquele montante, cerca de 20 mil euros de rendas em atraso e 15 mil euros de abastecimento de água, tendo sido acordado um plano de pagamento faseado.

Anteriormente, em maio de 2014, o executivo socialista tinha notificado aquela empresa para regularizar uma dívida superior a 100 mil euros, alegando que caso não o fizesse no prazo de um mês iria interpor uma ação judicial com vista à rescisão do contrato, alegando justa causa. O processo não chegou a avançar, porque a empresa liquidou o montante em atraso.

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