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Covid-19: Atriz gera indignação ao pedir “expulsão de expatriados” para garantir vagas hospitalares a koweitianos

01-04-2020 16:54h

Uma atriz do Koweit está a gerar indignação ao ter defendido a expulsão dos expatriados daquele país do Golfo para que os koweitianos tenham uma vaga hospitalar caso estejam infetados com o novo coronavírus, relataram hoje as agências internacionais.

“Já tivemos o suficiente. Se ficarmos doentes, não haverá (lugar) no hospital", declarou Hayat al-Fahad, de 71 anos, uma atriz muito conhecida naquele país do Golfo Pérsico pelos papéis que tem desempenhado em várias séries de televisão árabes.

“Porque devemos cuidar deles se os seus próprios países não os querem? Essas pessoas não deveriam sair durante as crises?", prosseguiu a atriz, em declarações feitas a um canal da televisão local, citadas pelas agências internacionais.

Ainda nas declarações à estação de televisão local, a atriz septuagenária reforçou que os expatriados deviam ser “expulsos” e até “colocados no deserto”.

“Não sou contra a compaixão, mas chegámos a um nível em que já tivemos o suficiente", concluiu Hayat al-Fahad.

Segundo relatou a agência France-Presse (AFP), as declarações da atriz geraram uma indignação quase imediata nas redes sociais.

“Quantos koweitianos vivem atualmente fora do Koweit? Se todos aplicassem essa lógica, o que aconteceria com eles?”, escreveu um internauta na rede social Twitter, de acordo com a AFP.

O Koweit regista oficialmente, até à data, 317 casos positivos de infeção pelo novo coronavírus.

Até ao momento, este pequeno país do Golfo Pérsico, onde os hospitais ainda não demonstram sinais de saturação, não teve vítimas mortais associadas à pandemia da covid-19.

O Koweit foi o país da região do Golfo que deliberou as medidas mais restritivas, impondo, entre outras, um confinamento obrigatório da população.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou perto de 866 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 43 mil.

Dos casos de infeção, pelo menos 172.500 são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

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