O Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV) na Assembleia Municipal de Lisboa (AML) questionou hoje a autarquia sobre o despedimento de trabalhadores da CarrisTur, considerando “incompreensível” serem as empresas públicas “a darem o mau exemplo”.
No requerimento entregue na AML, o PEV pergunta à autarquia lisboeta, liderada pelo PS, se está a ignorar “que a situação de pandemia, originada pela covid-19, não pode servir de justificação para pôr em causa os direitos dos trabalhadores da CarrisTur”, uma empresa especializada em mobilidade turística detida exclusivamente pela Carris.
Os deputados municipais querem também saber se o município e a empresa municipal de transporte público rodoviário Carris vão rever “esta situação, que põe em causa postos de trabalho e a própria subsistência das famílias destes trabalhadores”.
“Vai a CML [Câmara Municipal de Lisboa] dar instruções à administração da Carris para revogar esta decisão ou integrar os trabalhadores no quadro da empresa num futuro próximo?”, insiste o PEV.
O partido questiona ainda quando e de que forma é que a câmara municipal e a Carris “tencionam apresentar aos trabalhadores e às organizações representativas dos trabalhadores soluções concretas para as situações descritas”.
“De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos (STRUP), existem trabalhadores ao serviço da CarrisTur, inclusive com vínculos precários através de empresas de trabalho temporário, um dos elos mais fracos nas relações de trabalho, e alguns na mesma função há mais de três anos, que viram recentemente os seus contratos de trabalho rescindidos”, refere o PEV.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou perto de 866 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 43 mil.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 187 mortes, mais 27 do que na véspera (+16,9%), e 8.251 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 808 em relação a terça-feira (+10,9%).
Dos infetados, 726 estão internados, 230 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 43 doentes que já recuperaram.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.