Cerca de 8,3 milhões de pessoas estão em risco de cair na pobreza no mundo árabe devido às consequências económicas da pandemia da covid-19, afirmou hoje a Comissão económica e social das Nações Unidas para a Ásia ocidental (CESAO).
A este número junta-se mais dois milhões de pessoas que vão sofrer de malnutrição, considera a CESAO num relatório sobre o impacto do novo coronavírus.
“As consequências desta crise serão particularmente graves para os grupos vulneráveis [da população], em particular as mulheres e os jovens adultos, e ainda os que trabalham no setor informal que não beneficiam, nem de proteção social, nem de subsídio de desemprego”, indica Rola Dashti, secretária executiva da CESAO.
A contração económica, associada a uma queda mundial dos preços do petróleo, e a “forte dependência” dos países da região relativamente às importações alimentares incluem-se nas razões deste empobrecimento, segundo a organização.
“Com esta nova estimativa, um total de 101,4 milhões de pessoas são consideradas como pobres e 52 milhões estão subalimentadas” no mundo árabe, segundo a agência da ONU.
“Os governos árabes devem assegurar uma resposta de urgência para proteger a sua população contra a pobreza e a insegurança alimentar”, exortou Dashti, ao apelar a uma ação “regional” coordenada, precisa o documento divulgado pela agência noticiosa AFP.
Em março, a CESAO calculou que em 2020 mais de 1,7 milhões de empregos estão em risco ser suprimidos no mundo árabe devido ao novo coronavírus.
A taxa de desemprego deverá aumentar 1,2 pontos percentuais em 2020, segundo a organização.
Numa referência ao produto interno bruto (PIB) acumulado pelos Estados árabes, deve diminuir em pelo menos 42 mil milhões de dólares em 2020 (38,4 mil milhões de euros)