“A nossa resposta à covid-19 vai estar no topo da nossa agenda naquela que é a primeira reunião ministerial virtual em 70 anos de história”, declarou hoje o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, falando aos jornalistas na teleconferência de imprensa que antecede a reunião ministerial de quinta-feira.

De acordo com o responsável, “o objetivo principal é garantir que esta crise de saúde pública não se torna numa crise de segurança” mundial, razão pela qual os ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO discutirão, por videoconferência, “o papel da organização na luta contra o terrorismo”.

“Mesmo com a atual crise, a NATO tem de continuar a operar porque os desafios não desapareceram com a pandemia: ainda temos terrorismo e grupos terroristas como a Al-Qaeda e ainda precisamos de garantir estabilidade e paz no Afeganistão, além de assistirmos a presença russa nas fronteiras terrestres e marítimas da NATO”, elencou Jens Stoltenberg.

E vincou: “A nossa preparação mantém-se igual, não foi afetada, só tivemos de adaptar alguns exercícios”.

Notando que “as ameaças [à segurança] continuam a existir”, Jens Stoltenberg notou que, no caso do Afeganistão, a NATO “está em processo de reduzir a sua presença” no terreno, mas assegurou que a organização continua “comprometida em garantir a estabilidade e paz na região”.

Já quanto às medidas criadas para conter a pandemia, o responsável assegurou que “a NATO fará a sua parte”, estando desde logo a coordenar ajudas bilaterais entre os aliados para países como Itália, que é o mais afetado do continente europeu pela covid-19.

Além disso, “vamos considerar como usar a capacidade militar da NATO e as suas infraestruturas de forma mais efetiva”, referiu.

Jens Stoltenberg lembrou, ainda, que os militares estão a “ajudar bastante” em questões como o controlo das fronteiras e o transporte de equipamentos de proteção.

“Podemos sempre discutir como podemos fazer mais e é por isso que a covid-19 vai ser a nossa prioridade da reunião de amanhã [quinta-feira]”, adiantou, admitindo que o combate à pandemia “dure algum tempo”.

Já falando sobre a constituição de um comité composto por 10 personalidades de países membros que terão por missão refletir sobre os próximos tempos da Aliança Atlântica e o reforço do processo político no seio da organização, anunciada na terça-feira, Jens Stoltenberg observou que, “mesmo em tempos difíceis, há que olhar para o futuro e continuar unidos”.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 828 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 41 mil.