SAÚDE QUE SE VÊ

Covid-19: Autoridades do Uganda detêm pastor por negar existência de casos em África

LUSA
30-03-2020 23:54h

As autoridades da capital do Uganda, Kampala, anunciaram a detenção do pastor Augustine Yiga, de uma igreja cristã em Kawaala, por este ter negado a existência do novo coronavírus, responsável pela pandemia de covid-19, em África.

Segundo o porta-voz da polícia metropolitana de Kampala, Patrick Onyango, citado hoje pelo diário ugandês Daily Monitor, as declarações de Yiga, que foi detido no domingo, prejudicam os esforços do Governo em combater a pandemia.

Augustine Yiga foi hoje presente a tribunal, tendo rejeitado as acusações.

Segundo os procuradores, Augustine Yiga afirmou, no dia 27 de março, perante vários órgãos de comunicação social, que não havia casos de infeção com o novo coronavírus no Uganda ou em África.

Após negar as acusações, Augustine Yiga e o seu advogado, Wilberforce Kayiwa, pediram a libertação sob fiança, justificando que o arguido é diabético, pastor e que tem oito filhos para cuidar.

O pedido foi rejeitado pela procuradora responsável pelo processo, Safina Bireeke, que justificou que Yiga não apresentou quaisquer documentos médicos para apoiar as suas reivindicações.

A procuradora acrescentou que a polícia “precisa de mais tempo para realizar as investigações”, pelo que os juízes decidiram manter o pastor em prisão preventiva até 04 de abril.

De acordo com o juiz responsável pelo processo, os seguidores do pastor não respeitaram as medidas de distanciamento social, uma das iniciativas aconselhadas para travar a propagação do novo coronavírus.

O porta-voz da polícia considera que estas ações de Augustine Yiga representa um ataque direto ao povo do Uganda.

Segundo um boletim divulgado hoje pelo Ministério da Saúde do Uganda, há 33 de casos de covid-19 no país, sem qualquer morte associada, após ter testado 1.271 pessoas.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 750 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 36 mil.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.

Mais de 50 países e territórios africanos tomaram medidas para conter a propagação da pandemia provocada pelo novo coronavírus em África, incluindo o encerramento total das fronteiras, a suspensão de voos internacionais e a imposição de restrições a viagens ou à entrada de estrangeiros provenientes de determinados países.

MAIS NOTÍCIAS