O movimento solidário Nós Costuramos, que acaba de ser criado em Penela (distrito de Coimbra), para produzir materiais de proteção para profissionais de saúde, já reúne duas dezenas de voluntários que possuem máquina de costura em casa.
“Face à carência de recursos para proteger” quem está na “linha da frente do combate à pandemia” da covid-19, a empresa ihcare, a Câmara Municipal de Penela e a Associação de Apoio ao Artesanato Local Penelarte criaram o movimento de solidariedade WeSew/Nós Costuramos, para produzir “equipamentos de proteção individual”.
De acordo com uma nota enviada hoje à agência Lusa, o movimento vai fabricar, artesanalmente, “máscaras cirúrgicas FFP1, cogulas e cobre botas descartáveis”, com “apoio voluntário e de forma totalmente gratuita”, para doar a instituições de saúde e de prestação de cuidados locais, que se debatem com a falta deste tipo de “ferramenta essencial” para o seu trabalho, designadamente em instituições particulares de solidariedade social (IPSS).
“De momento contamos já com cerca de 20 costureiras e estima-se que esta rede venha a aumentar, devido a contactos que têm vindo a ser feitos nos últimos dias”, sublinha o movimento Nós Costuramos, convidando todos os cidadãos a colaborar no projeto, através da página do movimento no Facebook.
Além da mobilização de “artesãos e curiosos que possuam máquinas de costura em casa e que se encontrem em isolamento voluntário, para auxiliar na execução de máscaras e cogulas”, o movimento também está a tratar de assegurar “o processo de entrega das matérias-primas, execução e posterior recolha dos materiais finais”, com a “segurança dos voluntários”.
Numa fase final da produção, “todo o material será devidamente esterilizado e embalado para que possa ser entregue aos utilizadores finais de forma segura, sem riscos de contaminação”, sublinha.
O movimento WeSew, que também já conta coma colaboração de empresas e outros parceiros locais, “pretende executar numa primeira fase, aproximadamente 11.250 máscaras e 2.000 cogulas”, mas na expectativa de conseguir um “crescimento constante” destas quantidades, para “dar resposta a todas as necessidades”.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 600 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram quase 28.000.
Dos casos de infeção, pelo menos 129.100 são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 100 mortes, mais 24 do que na véspera (+31,5%), e registaram-se 5.170 casos de infeções confirmadas, mais 902 casos em relação a sexta-feira (+21,1%).
Dos infetados, 418 estão internados, 89 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 43 doentes que já recuperaram.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.