A ministra da Saúde angolana, Sílvia Lutucuta, anunciou hoje um novo caso positivo de infeção por covid-19, elevando para cinco o número total de doentes identificados.
A governante, que falava hoje numa conferência de imprensa em Luanda, precisou que se trata de um homem de 54 anos, proveniente do Brasil, que se encontra “internado e estável” numa das unidades de referência da doença.
Tal como os outros quatro pacientes, apresenta sintomas ligeiros da doença, acrescentou, adiantando que são todos casos importados.
Segundo a ministra, encontram-se em Angola atualmente 886 pessoas em quarentena a nível nacional, das quais 535 distribuídas pelos centros de quarentena institucional em Luanda, existindo igualmente “um número importante de pessoas em quarentena domiciliar”.
No segundo dia do estado de emergência declarado em Angola, que impõe restrições à circulação de pessoas, a ministra apelou ainda para o respeito pelas medidas de isolamento e quarentena.
“Faço um apelo aos angolanos de que é importante o isolamento social para conter a cadeia de transmissão do vírus”, afirmou Sílvia Lutucuta, lembrando que “o contágio por esta doença é muito fácil.
Destacou ainda que foram aprendidas lições com outros países onde estas regras não foram cumpridas e aconteceram “catástrofes”, como em Itália, Portugal e Estados Unidos.
“Não gostaria que os angolanos passassem por uma situação tão difícil como estes países que enumerei”, realçou a responsável da pasta da Saúde.
“Não queremos mais doenças em Angola, temos outras epidemias e doenças endémicas com que lutamos”, reforçou, pedindo aos angolanos “que fiquem em casa” e só saiam em caso de extrema necessidade ou se as necessidades de trabalho assim o exigirem.
Silvia Lutucuta assinalou que houve já um reforço policial durante o dia de hoje nas ruas, “que vai aumentar e as pessoas serão punidas”.
No que diz respeito a equipamentos, Angola necessita de 600 ventiladores, tendo nesta altura pouco mais de 120.
“Estamos a fazer aquisição de mais 380”, referiu.
Quanto a materiais de biossegurança, adiantou que foi praticamente esgotado o mercado local, estando igualmente a ser feitas mais compras em países como África do Sul e China.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 600 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram quase 28.000.
Dos casos de infeção, pelo menos 129.100 são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu, com mais de 337 mil infetados e mais de 20 mil mortos, é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 9.134 mortos em 86.498 casos registados até quinta-feira.
Os países mais afetados a seguir a Itália, Espanha e China são o Irão, com 2.517 mortes reportadas (35.408 casos), a França, com 1.995 mortes (32.964 casos) e os Estados Unidos com 1.711 mortes.
O número de mortes causadas pela covid-19 em África subiu para 117 com os casos acumulados a ultrapassarem os 3.900 em 46 países, segundo a mais recente atualização das estatísticas sobre a pandemia.
Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 100 mortes, mais 24 do que na véspera (+31,5%), e registaram-se 5.170 casos de infeções confirmadas, mais 902 casos em relação a sexta-feira (+21,1%).
Dos infetados, 418 estão internados, 89 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 43 doentes que já recuperaram.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.