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Codiv-19: Jornalista britânica forçada a sair do Egito após artigo sobre pandemia

LUSA
26-03-2020 20:49h

A correspondente do jornal britânico The Guardian no Egito, Ruth Michaelson, foi hoje forçada a sair do país, após ter sido sancionada na semana passada na sequência de um artigo sobre o novo coronavírus.

Em 15 de março, a britânica Ruth Michaelson escreveu um texto no qual citava um estudo canadiano que afirmava que o Egito poderia já ter mais de 19 mil infetados, contrariando os números oficiais que apontavam para algumas centenas.

O jornal britânico, numa notícia hoje publicada, precisa que "diplomatas ocidentais" alertaram a jornalista porque “os serviços de segurança do Egito queriam que abandonasse imediatamente o país, depois de a acreditação ter sido cancelada".

Segundo o Organismo Geral de Informação (SIS, em inglês), que tutela a atividade da imprensa estrangeira no Egito, o número de 19 mil infetados divulgado no artigo de Ruth Michaelson surge na sequência de "um estudo que não foi publicado e cientificamente não reconhecido", motivo pelo qual considera que a jornalista agiu de "má-fé".

O correspondente no Egito do New York Times, Declan Walsh, que mencionou, num 'tweet’, o estudo citado pela jornalista britânica, foi convocado pelo SIS, tendo também ele sido acusado de “publicar relatos tendenciosos de um estudo não fiável”.

O jornal The Guardian adianta que os responsáveis egípcios pretendiam a correção do texto e a publicação de um pedido de desculpas oficial.

Após anunciar o cancelamento da acreditação de Ruth Michaelson, o jornal acrescenta que tinha proposto às autoridades egípcias a publicação de um direito de resposta refutando o estudo canadiano, mas não recebeu resposta.

Hoje, o jornal britânico lamentou o tratamento dado à jornalista pelas autoridades egípcias, defendendo que o texto assenta em factos científicos trazidos à luz do dia por especialistas em doenças infecciosas.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais 480 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 22.000.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.

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