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Covid-19:Terras do Bouro isenta pagamento de renda de Habitação Social a 21 famílias

LUSA
26-03-2020 19:42h

A Câmara de Terras do Bouro vai isentar do pagamento de renda de Habitação Social a 21 famílias entre março e junho como medidas para "mitigar os efeitos" do novo coronavírus no concelho, disse hoje à Lusa o autarca.

Em declarações à Lusa, o presidente daquela autarquia do distrito de Braga, Manuel Tibo, explicou que será ainda dada isenção do consumo na faturação da água igual ao respetivo consumo médio do ano de 2019, assim como saneamento e resíduos, igualmente entre março e junho.

O autarca referiu ainda que está a ser feito um "trabalho de grande proximidade" entre as instituições municipais, policiais e sociais do concelho e está a ser tida uma "especial atenção" para com os emigrantes que regressam nesta altura do ano, assim como os donos de segundas habitações naquele concelho, integrado no Parque Nacional Peneda-Gerês.

"A isenção de rendas vai beneficiar 21 famílias e cerca de 50 pessoas. A juntar a outras medidas adotadas esperamos que seja um contributo significativo", apontou o autarca.

Quanto à isenção do consumo na faturação da água igual ao respetivo consumo médio do ano de 2019, o autarca salientou que "não há aqui nenhum perdão ou crédito" e explicou o porquê da isenção ter por base os consumos de 2019.

"Se anunciássemos que a água iria ser gratuita iria haver desperdício de água com regas, lavagens de carros, piscinas. Assim, além do apelo ao uso racional de água, estamos a ser justos. Se o ano passado uma agregado gastou um, este ano gasta dosi, fica isento apenas de um", disse.

Além das medidas já anunciadas, como o alargamento do prazo de pagamento de todas as faturas até 30 de junho, a suspensão de todas as execuções fiscais, de prazos ou a isenção de taxas de ocupação de espaço público e de publicidade de todas as empresas do concelho, mediante envio de requerimento, pelo período de março a junho, Manuel Tibo explicou que está "também a ser trabalhada" a questão do regresso dos emigrantes.

"Somos um concelho com poucos residentes, cerca de oito mil, mas, nesta altura do ano, a população na vila aumenta muito com a vinda dos emigrantes. E não lhes podemos dizer que nãos os queremos cá agora. Queremos. Mas queremos que percebam que não é por estarem aqui que podem fazer aquilo que querem. Têm que cumprir as nossas regras, nomeadamente a quarentena", referiu.

O autarca, que adiantou não haver nenhum caso de infeção pelo coronavirus na vila, referiu-se também à ida para o concelho de donos de segundas casas para fazer a quarentena: "Temos dado também conta que muita gente que tem aqui uma segunda habitação e decidiu fazer a sua quarentena na vila, e está tudo muito bem, desde que cumpram igualmente as regras", disse.

Questionado se tem havido muitos casos de incumprimento, Manuel Tibo respondeu que "alguns, mas as forças policiais estão atentas, ativas e têm tido uma atitude essencialmente de sensibilização".

Tibo referiu ainda o apoio domiciliário e de alimentação a mais de 200 munícipes dado pela autarquia e pela Irmandade do S. Bento da Porta Aberta.

"Aquela que costuma ser uma desvantagem para nós neste momento é uma vantagem. Somos uma população reduzida e muito dispersa no território, o que ajuda neste caso", disse.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais 480 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 22.000.

Em Portugal, registaram-se 60 mortes, mais 17 do que na véspera (+39,5%), e 3.544 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, que identificou 549 novos casos em relação a quarta-feira (+18,3%).

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.

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