A petrolífera estatal brasileira Petrobras anunciou hoje que vai reduzir os seus investimentos em 3,5 mil milhões de dólares (3,2 mil milhões de euros) para enfrentar a pandemia do novo coronavírus.
A empresa também informou o adiamento do pagamento de dividendos aos seus acionistas e a suspensão provisória de 50% dos empregados, com aviso prévio parcial.
A maior empresa do Brasil decidiu reduzir a produção de petróleo em 100 mil barris por dia até ao final de março, devido ao excesso de oferta no mercado internacional e à menor procura.
A estatal brasileira disse ainda que fará o adiamento do pagamento mensal de 30% do salário do seu presidente e dos seus gerentes executivos e gerais.
Em comunicado, a Petrobras apontou que tomará todas estas medidas para fortalecer-se financeiramente e dar resistência aos seus negócios num “cenário de incerteza”.
Os cortes também ocorrerão nas despesas operacionais, com uma redução "acelerada", retardando a operação das plataformas que operam em águas rasas, cujos custos de extração são muito altos e a produção de petróleo é menor.
Em relação à redução da produção de petróleo, a Petrobras revelou que vai avaliar a medida segundo as condições do mercado e, se necessário, fará os ajustes correspondentes.
A suspensão de 50% dos funcionários com aviso parcial ocorrerá nos próximos três meses, bem como o cancelamento de toda a formação.
Já o adiamento do pagamento dos dividendos aos investidores da Petrobras ainda precisa ser aprovado numa assembleia ordinária marcada para acontecer em abril.
O Brasil registou oficialmente 2.433 casos de covid-19 que já deixou 57 mortos no país, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde na quarta-feira.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais 480 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 22.000.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu, com quase 260.000 infetados, é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 7.503 mortos em 74.386 casos registados até quarta-feira.