"A partir da próxima segunda-feira, 30 de março, a maior parte do ensino no IPG estará a ser feita nas plataformas digitais. Os docentes que ainda não o fizeram, têm até esta sexta-feira, 27 de março, para publicarem numa plataforma do IPG o modelo de funcionamento à distância que irão utilizar nas unidades curriculares que estão a seu cargo, incluindo a avaliação, a qual deverá ser adaptada às circunstâncias atuais", refere o IPG em comunicado enviado à agência Lusa.

As instruções foram dadas por um despacho da presidência e destinam-se "a implementar em todas as escolas do IPG".

Segundo o despacho, as aulas presenciais "encontram-se suspensas até dia 09 de abril de 2020, data em que será feita uma reavaliação da situação", sendo também suspensa "a interrupção letiva da Páscoa".

"Alguns cursos, devido aos seus conteúdos e dificuldades de transposição para o ensino à distância precisaram de mais tempo para se adaptarem à nova situação, privilegiando a partir de agora a lecionação de aulas teóricas e teórico-práticas", afirma Joaquim Brigas, presidente do IPG, citado no comunicado.

O responsável adianta que, "a partir da próxima semana, todas as unidades curriculares que possam ser dadas através da internet, e toda a investigação que se possa desenvolver sem recurso ao trabalho presencial em equipa ou em laboratórios, voltará à normalidade possível".

O IPG adianta na nota que alguns cursos, como o de Engenharia Informática, "praticamente não sentiram na sua atividade letiva os efeitos da suspensão das aulas presenciais devido à pandemia do coronavírus".

O Centro de Informática do IPG tem sido muito solicitado por docentes e estudantes, sendo que "a maior parte dos pedidos de ajudas tem chegado de pessoas que nunca tinham utilizado algumas das plataformas", adianta o diretor João Paulo Valbom.

A Associação Académica da Guarda está a fazer um inquérito aos estudantes, tendo-os questionado sobre a forma como estão a decorrer "estas semanas de ensino à distância".

"Estamos à espera das respostas para podermos fazer um balanço e, então, propormos medidas que facilitem uma maior adaptação", refere o presidente da Associação Académica da Guarda, João Nunes.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais 480 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 22.000.

Depois de surgir na China, em dezembro de 2019, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Em Portugal, registaram-se 60 mortes, mais 17 do que na véspera (+39,5%), e 3.544 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, que identificou 549 novos casos em relação a quarta-feira (+18,3%).

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.