O presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho manifestou-se hoje "muito preocupado" com a falta de limpeza das matas em consequência do estado de emergência e pediu novo prazo para esses trabalhos de prevenção de fogos florestais.
"Mal termine este período de contenção, deverão ser ativados alguns mecanismos adicionais, nomeadamente a proibição de queimas e queimadas como forma de prevenção. Defendemos ainda a definição de um novo prazo. Sabemos que não pode ser muito alargado, mas o necessário para se fazer o trabalho que não foi feito até aqui, pelas razões que todos conhecemos", afirmou, em declarações à agência Lusa, José Maria Costa.
O autarca socialista acrescentou que, "apesar das dificuldades, houve algumas limpezas feitas pelos proprietários", sublinhando que, devido ao estado de emergência, no distrito de Viana do Castelo, e de "uma forma geral", os municípios proibiram a realização de queimas e queimadas.
"Em Viana do Castelo, por exemplo, estão proibidas porque, neste momento, toda a força dos bombeiros e dos meios da proteção civil estão mobilizados para este combate ao novo coronavírus", sublinhou o líder da CIM do Alto Minho
José Maria Costa, que é também presidente da Câmara de Viana do Castelo, admitiu que a estrutura que agrega os 10 município do distrito "está muito preocupada" com a massa combustível existente nas florestas, "atendendo não só às condições climatéricas que houve este ano, propícias para acumular matéria combustível, mas também por haver algum atraso na limpeza das envolventes dos aglomerados urbanos, devido às medidas de restrição à circulação de pessoas".
"Por outro lado, algumas empresas não estão ativas, neste momento", reforçou.
Antes do final do prazo para os proprietários concluírem os trabalhos de limpeza, 15 de março, pedido que foi reforçado nos últimos dias, a Lusa questionou o Ministério da Administração Interna, mas ainda não obteve resposta.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais 480 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 22.000.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Em Portugal, registaram-se 60 mortes, mais 17 do que na véspera (+39,5%), e 3.544 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, que identificou 549 novos casos em relação a quarta-feira (+18,3%).
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.