O Governo de Macau anunciou hoje mais restrições fronteiriças, com destaque para a proibição de entrada dos residentes da China continental, de Hong Kong e de Taiwan que tenham estado em qualquer outro país 14 dias antes.
Após a proibição de entrada de todos os estrangeiros Macau, agora a medida é alargada a residentes da China continental, Hong Kong e Taiwan que visitaram países estrangeiros 14 dias antes da chegada às fronteiras do território.
As medidas vão entrar em vigor às 00:00 de quarta-feira (16:00 de hoje em Lisboa).
Em conferência de imprensa, o chefe do Governo adiantou também a suspensão dos voos de conexão no Aeroporto Internacional de Macau.
Ho Iat Seng explicou que o departamento de Saúde pode isentar algumas pessoas do cumprimento das medidas de proibição e avançou que “os serviços de Saúde vão emitir um aviso no sentido de que todas as pessoas que tenham visitado Hong Kong ou Taiwan 14 dias antes ficam sujeitos a observação médica e [em local] designado pela autoridade sanitária”.
Os residentes de Macau passam também a ser sujeitos a quarentena se vierem de Hong Kong e Taiwan. O mesmo acontece com os residentes da China continental, Hong Kong e Taiwan, mas só se não tiverem estado em outro país estrangeiro 14 dias antes.
As autoridades de Macau anunciaram na segunda-feira mais um caso de contágio da covid-19, elevando o número de infetados para 25 desde o início do surto do novo coronavírus.
Este foi o 15.º caso detetado pelas autoridades em pouco mais de uma semana, depois de Macau ter estado 40 dias sem identificar qualquer infeção.
Apesar da nova vaga de casos, Ho Iat Seng disse que a situação estava controlada, lembrando que os novos casos são todos importados e que Macau tem conseguido evitar a contaminação local.
Macau registou uma primeira vaga de dez casos em fevereiro, que já tiveram alta hospitalar. Após a deteção de novos casos, todos importados, as autoridades reforçaram medidas de controlo e restrições fronteiriças.
Desde quinta-feira só podiam entrar no território residentes de Macau, Hong Kong, Taiwan e China continental. Mesmo estes passaram a estar sujeitos a uma quarentena obrigatória de duas semanas, caso tivessem estado nos 14 dias anteriores em qualquer território ou país.
Mais de duas mil pessoas foram encaminhadas para quarentena, a esmagadora maioria distribuídas e isoladas em oito hotéis que o Governo de Macau decidiu converter em centros de quarentena, numa altura em que muitos residentes de Macau regressam ao território.
Hoje, Hong Kong anunciou a proibição de entrada de todos os não residentes na região semiautónoma chinesa a partir de quarta-feira, face à escalada de casos, que duplicaram no espaço de uma semana, totalizando mais de 350 infetados e quatro mortos desde o início da epidemia.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 345 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 15.100 morreram.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, com a Itália a ser o país do mundo com maior número de vítimas mortais, com 6.077 mortos em 63.927 casos. Segundo as autoridades italianas, 7.024 dos infetados já estão curados.
A China, sem contar com os territórios de Hong Kong e Macau, onde a epidemia surgiu no final de dezembro, conta com um total de 81.054 casos, tendo sido registados 3.261 mortes.
Os países mais afetados a seguir à Itália e à China são a Espanha, com 2.182 mortos em 33.089 infeções, o Irão, com 1.812 mortes num total de 23.049 casos, a França, com 860 mortes (19.856 casos), e os Estados Unidos, com 390 mortes (31.057 casos).
Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.