O executivo da Câmara Municipal de Lisboa reúne-se extraordinariamente na terça-feira, por videoconferência, numa reunião que tem como ponto único a epidemia de covid-19, disseram à Lusa fontes da autarquia.
A reunião extraordinária, marcada para as 15:00, foi proposta pela vereadora eleita pelo PSD Teresa Leal Coelho.
Na carta que enviou ao presidente da autarquia, Fernando Medina (PS), e a que a Lusa teve acesso, Teresa Leal Coelho lembra que a recente declaração do estado de emergência, que entrou em vigor às 00:00 de domingo e se irá prolongar por 15 dias, e as medidas que o Governo decretou nesse âmbito “irão determinar uma alteração substancial do enquadramento jurídico e, consequentemente, das condições de contexto de vida na cidade de Lisboa por um período previsivelmente prolongado”.
Manifestando a sua disponibilidade para participar nas ações definidas e a definir pelo município, a vereadora salienta que todos os grupos políticos representados na Câmara de Lisboa têm “uma quota parte de responsabilidade” relativamente à implementação das medidas e “à decisão de canalização de recursos” para o combate à pandemia.
Na reunião, acrescenta, Fernando Medina deverá informar os vereadores sem pelouro (PSD, CDS-PP e PCP) sobre as orientações que o executivo está e pretende aplicar na cidade para combater o surto, assim como sobre os recursos que serão canalizados para esta “prioritária missão”.
Teresa Leal Coelho, a quem a concelhia do PSD retirou a confiança política em novembro, manifesta ainda “total solidariedade” para com os que se encontram no terreno, “desde o presidente e os vereadores do executivo, às forças de segurança, aos bombeiros e a todos os funcionários que estoicamente se colocaram à disposição para, no terreno, garantir as melhores condições possíveis, no atual contexto, à vida e às pessoas em Lisboa, particularmente aos mais vulneráveis”.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 345 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 15.100 morreram.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, com a Itália a ser o país do mundo com maior número de vítimas mortais, com 6.077 mortos em 63.927 casos.
Em Portugal, há 23 mortes e 2.060 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde.
Dos infetados, 201 estão internados, 47 dos quais em unidades de cuidados intensivos.
Portugal encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de quinta-feira e até às 23:59 de 02 de abril.