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Covid-19: Bairro Português em Malaca cria equipa de sensibilização e prevenção

LUSA
23-03-2020 10:29h

O Bairro Português em Malaca criou uma equipa de prevenção sensibilização à covid-19 para apoiar os cerca de 1.500 descendentes de portugueses que vivem nesta localidade da Malásia, disse hoje à Lusa um dos seus representantes.

O Bairro Português em Malaca criou uma equipa de prevenção sensibilização à covid-19 para apoiar os cerca de 1.500 descendentes de portugueses que vivem nesta localidade da Malásia, disse hoje à Lusa um dos seus representantes.

Esta equipa arrecadou fundos entre a comunidade de lusodescendentes para “comprar desinfetante e imprimir 't-shirts' que dizem ‘diga não à covid-19’, afirmou Joseph Santa Maria.

“O primeiro objetivo é comprar desinfetantes e distribuição de procedimentos preventivos informativos na comunidade” que ainda não registou qualquer caso, frisou.

O descendente de portugueses, também representante da minoria luso-malaia perante o estado de Malaca, explicou que este é dos vários programas de consciencialização que a equipa especial pretende implementar e que os donativos foram recolhidos dentro da própria comunidade.

Segundo dados oficiais do Governo malaio, o país regista até ao momento 1.306 pessoas infetadas e 11 mortes.

“Percebemos a seriedade, porque existe apenas um bairro português na Malásia. Precisávamos de ser proativos”, frisou, explicando que existem cerca de 1.500 pessoas no bairro, distribuídas por pouco mais de 110 casas.

A equipa de prevenção encontra-se, por agora, em casa porque o Governo da Malásia encerrou fronteiras e impôs restrições de movimentos de 31,6 milhões de habitantes até 31 de março.

“Depois de o período de bloqueio expirar, desceremos ao terreno para iniciar os programas de consciencialização” naquele bairro.

Em 1509, o enviado do rei D. Manuel Diogo Lopes Sequeira aportou em Malaca, para estabelecer relações, e dois anos mais tarde Afonso de Albuquerque desembarcou, demolindo a Grande Mesquita e levantando no local uma fortaleza que seria um importante entreposto comercial, durante cerca de 100 anos, até à tomada da cidade pelos holandeses.

Joseph Santa Maria apelou ainda às restantes comunidades de descendentes portugueses espalhados um pouco por toda a Ásia para agirem proativamente.

“Eles também devem assumir um papel proativo, especialmente os líderes comunitários. Exorto-os a ficarem em casa e ouvirem os seus governos nestes tempos difíceis (…) já sobrevivemos durante séculos com a nossa herança intacta”, sublinhou.

“Somos muito pequenos em número para não levar a sério esta epidemia”, disse, mostrando-se ainda solidário com Portugal, país "seriamente em crise".

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 324 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 14.300 morreram.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, com a Itália a ser o país do mundo com maior número de vítimas mortais, com 5.476 mortos em 59.138 casos. Segundo as autoridades italianas, 7.024 dos infetados já estão curados.

Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.

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