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Covid-19: Rebeldes Huthis do Iémen pedem ajuda internacional face à chegada do vírus

LUSA
21-03-2020 17:17h

Os rebeldes Huthis do Iémen pediram hoje a ajuda das organizações internacionais para equipar hospitais e tomar medidas face à chegada do novo coronavírus ao país, em guerra há mais de cinco anos.

“Apelamos às agências da ONU e à Cruz Vermelha para se responsabilizarem pelo equipamento de hospitais e centros de quarentena porque atualmente enfrentamos um desastre médico”, indicou numa conferência de imprensa o ministro da Saúde do governo Huthi, Taha Al-Mutawakkil.

“O mundo inteiro está preparado e estas organizações até ao momento só nos fizeram promessas”, adiantou, responsabilizando a Organização Mundial de Saúde pelo “completo equipamento” dos hospitais.

O representante do governo dos Huthis - que se revoltaram contra o governo internacionalmente reconhecido de Abd Rabbo Mansour Hadi e ocuparam Sanaa em 2014 – afirmou que até ao momento não foram registados casos da doença na parte do país controlada pelos rebeldes xiitas (fundamentalmente o noroeste) e que no resto do Iémen existem 16 casos do novo coronavírus.  

Os Huthis anunciaram a semana passada a suspensão dos voos humanitários a partir do aeroporto de Sanaa, o único a operar no território que controlam e ao qual a Arábia Saudita, que domina o espaço aéreo do Iémen e apoia o presidente Hadi, apenas permite o acesso das Nações Unidas.

Os rebeldes também cortaram estradas para evitar os deslocamentos para províncias controladas pelo governo iemenita, suspendeu as aulas e proibiu as concentrações de pessoas em casamentos e funerais.

O Iémen, um dos países mais pobres do mundo, não possui uma rede de saúde capaz de lidar com a disseminação do novo coronavírus e apenas metade dos quase 30 milhões de iemenitas tem acesso ao sistema de saúde.

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