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Covid-19: PCP denuncia "agressões aos direitos dos trabalhadores" no Call Center da Altice na Madeira

LUSA
20-03-2020 22:46h

O PCP denunciou hoje que o Call Center da Altice na Madeira está a laborar com 180 funcionários por turnos de 60 em plena pandemia do Covid-19 numa "agressão aos direitos dos trabalhadores na saúde e higiene".

"Na atual conjuntura provocada pelos problemas e formas de contágio do Covid-19, estando em causa a salvaguarda da saúde pública e os direitos fundamentais dos trabalhadores à proteção nos seus locais de trabalho, o PCP chama a atenção para as graves situações de agressão aos direitos dos trabalhadores no Call Center em questão.

O PCP diz que os trabalhadores passam grande parte do dia confinados a um espaço fechado; são utilizados materiais manuseados pelos colegas do turno anterior, nomeadamente, com computadores, teclados e ratos comuns e, em algum casos, até auriculares.

"Materiais que, segundo a Direção-Geral de Saúde, são considerados - em caso de serem utilizados por uma pessoa infetada pelo novo coronavírus - altamente potenciadores da transmissão da referida doença contagiosa", alerta.

Para o PCP, "este é um setor onde, se houvesse vontade da entidade empregadora, seria possível implementar o teletrabalho".

Nesse sentido e para o PCP, "dada a gravidade da situação", o Governo Regional "não pode continuar indiferente".

O PCP revela que, através do deputado na Assembleia Legislativa da Madeira, vai questionar o Governo Regional para "saber que medidas as autoridades regionais, com responsabilidades na área do trabalho, irão desencadear no sentido de garantir medidas de segurança e condições sanitárias capazes de salvaguardar a saúde dos trabalhadores".

A empresa, através da Direção de Coordenação Institucional, Corporativa e Comunicação, esclareceu, por seu lado, que "o centro de atendimento da Altice Portugal no Funchal dispõe de diferentes salas, em diferentes pisos, o que tem permitido redistribuir os postos de trabalho com o devido distanciamento".

"Com o estabelecimento de escalas de dispensa rotativas entre equipas por períodos mínimos de 14 dias e ainda as ausências das pessoas que precisam dar assistência aos filhos ou constituem um grupo de risco , verificou-se uma redução das equipas deste centro de atendimento, o que permitiu reduzir a densidade da ocupação das salas de operação", explica a nota de imprensa.

A Altice salienta por conseguinte que "as pessoas encontram-se assim a trabalhar com pelo menos uma posição de intervalo, o correspondente de dois a três metros, dependendo da configuração do espaço".

A Altice Portugal revela que "procedeu à aquisição de cerca de 1.500 'headsets' (auscultadores com microfone) para os seus centros de atendimento, substituindo-os e garantindo a atribuição de um 'headset' a cada pessoa", recordando que "esta situação (um 'headset' próprio por pessoa) já é uma prática existente, desde sempre, no centro de atendimento da Altice Portugal no Funchal".

A empresa revela ainda que "para cada centro de atendimento foi criada uma equipa multidisciplinar com vista a garantir a coordenação e funcionamento destes centros, assim como foi destacado e identificado um pivot COVID-19, para operacionalizar as diferentes medidas em vigor no Plano de Contingência da Altice Portugal".

Salienta ainda que "em cada um destes centros, foi também criada uma sala de isolamento, a ser ativada em caso de necessidade" e, para além do reforço da limpeza nestes centros, "foi também reforçada a disponibilização de desinfetante para limpeza de teclados e ratos partilhados".

"Lamentamos que num contexto tão gravoso como aquele com que a sociedade portuguesa hoje se depara, a par de todo o Mundo, forças políticas ajam de forma irresponsável e sem qualquer justificação, tentando prejudicar um serviço que está a ser decisivo para todos os portugueses, que em casa e a todo o momento, utilizam as mais diferentes ferramentas tecnológicas de conectividade, para se ligarem entre si e ao Mundo", diz a empresa.

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