O Presidente norte-americano, Donald Trump, afastou hoje a ideia de decretar um confinamento em todo o território dos Estados Unidos para combater a propagação do novo coronavírus.
“Não penso que acharemos isso necessário algum dia”, disse o chefe de Estado norte-americano, numa conferência de imprensa na Casa Branca, em Washington.
“Isso foi feito na Califórnia, em Nova Iorque, esses são dois pontos quentes (...). Mas se forem para o ‘Midwest’ [como é conhecida a região centro-norte do país] ou para outros lugares, as pessoas estão a assistir a tudo isto pela televisão e não têm os mesmos problemas”, acrescentou.
O governador da Califórnia, Gavin Newsom, decretou, na quinta-feira à noite, o confinamento da população daquele Estado, o mais populoso dos Estados Unidos com cerca de 40 milhões de habitantes.
De acordo com o governador Newsom, a ordem de confinamento deverá permitir contrariar algumas previsões que estimam que mais de 25 milhões de californianos (56% da população do Estado) poderão contrair o novo coronavírus nas próximas oito semanas.
Hoje, o governador do Estado de Nova Iorque, Andrew Cuomo, seguiu medidas semelhantes e decretou a suspensão de todas as atividades não-essenciais e a proibição de todos os aglomerados de pessoas.
"Vamos fechar a válvula, porque o ritmo de aumento do número de casos faz prever uma completa sobrecarga do nosso sistema hospitalar", disse o governador de Nova Iorque, ao anunciar que os casos de infeção naquela zona subiram para mais de 7.000.
Cuomo precisou que todos os trabalhadores de atividades não-essenciais devem ficar em casa e que quaisquer reuniões ou concentrações de pessoas nas ruas, em qualquer parte do Estado, estão proibidas.
A região de Nova Iorque registou 2.950 casos nas últimas 24 horas, 1.939 dos quais na cidade de Nova Iorque.
Segundo a Universidade de Johns Hopkins, os Estados Unidos registam 14.250 casos de infeção, 250 dos quais mortais.
O número mais que duplicou desde quarta-feira.
O novo coronavírus responsável pela pandemia da covid-19 infetou, até à data, mais de 265 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 11.100 morreram.
Das pessoas infetadas em todo o mundo, mais de 90.500 recuperaram da doença.
O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se já por 182 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia, cujo epicentro é atualmente a Europa com mais de cinco mil vítimas mortais e mais de 110 mil casos de contaminação.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje o número de casos confirmados de infeção para 1.020, mais 235 do que na quinta-feira.
O número de mortos no país subiu para seis.
Portugal encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de quinta-feira e até 02 de abril.