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Covid-19: Banco de Cabo Verde prepara pacote de medidas para estimular economia

LUSA
18-03-2020 15:01h

O Banco de Cabo Verde anunciou hoje em comunicado que está a preparar um “pacote abrangente de medidas” de estímulo monetário e de financiamento da economia, para mitigar os impactos da pandemia do novo coronavírus no país.

O banco central referiu que, no âmbito das suas competências legais, “está a preparar um pacote abrangente de medidas ajustadas de estímulo monetário e de financiamento da economia”, com o objetivo da “mitigação do impacto negativo resultante da pandemia” da Covid-19 na “atividade económica nacional”.

“O Banco de Cabo Verde continuará a monitorizar permanentemente a situação, podendo ser equacionadas novas medidas que se revelarem necessárias para garantir a liquidez, nomeadamente ao nível da política monetária e da supervisão prudencial”, lê-se na nota.

O comunicado revelou ainda que adotará “todas as medidas necessárias para assegurar o bom funcionamento das infraestruturas de pagamentos”, em estreita articulação com os bancos comerciais e a empresa que gere a rede interbancária.

Aos bancos é feito o apelo para “assegurar a disponibilização permanente de serviços financeiros, bem como preservar a estabilidade financeira”, devendo “assegurar a capacidade de operar numa base contínua e de conter perdas, caso se verifique uma perturbação grave de atividade”.

“Também por lei, as instituições financeiras devem comunicar ao Banco de Cabo Verde a ocorrência de eventos com impacto negativo relevante nos resultados ou no capital”, recordou o banco central.

O documento concluiu que o Banco de Cabo Verde “reitera a continuidade do normal funcionamento das instituições financeiras do país e apela a todos à serenidade e ao cumprimento rigoroso das orientações emanadas pelas autoridades nacionais competentes” relativamente à Covid-19.

Na terça-feira, o vice-primeiro-ministro de Cabo Verde alertou que o país tem pela frente uma crise económica, decorrente da progressão da pandemia do novo coronavírus, que levou o Governo a decidir interditar voos de 26 países, antecipando já efeitos volumosos.

Com uma média anual de mais de 750 mil turistas e uma economia dependente do Turismo, Olavo Correia antecipou desde já os efeitos da atual crise.

“Trata-se de uma questão ainda pouco conhecida ao nível mundial, mas o cenário atual e as tendências apontam para que os impactos num país como o nosso, completamente aberto e com uma economia tomadora de efeitos, sejam realmente volumosos”, apontou.

O também ministro das Finanças acrescentou: “Além de uma crise eminentemente de saúde pública e social, enfrentamos igualmente uma crise económica, pelo que, da parte do Governo, urge preparar cenários macroeconómicos e trabalhar mesmo sobre o desconhecido ou, pouco conhecido, para que o país possa estar minimamente preparado - embora cientes da necessidade de ajustes constantes”.

O vice-primeiro-ministro já tinha admitido na quinta-feira a revisão do Orçamento do Estado de 2020 em função do esperado arrefecimento do crescimento económico do país, devido à pandemia do novo coronavírus.

“Todo este cenário está a ser analisado pelo Governo e, oportunamente, o ministério que tutelo apresentará ao Conselho de Ministros uma proposta, permitindo que possamos ajustar o nosso Orçamento do Estado em função do contexto”, declarou o governante.

O novo coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou mais de 200 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 8.200 morreram.

Das pessoas infetadas, mais de 82.500 recuperaram da doença.

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