O dirigente do Instituto para o Combate às Dependências (ICAD) Manuel Cardoso defendeu hoje um “investimento muito sério” na área da intervenção terapêutica, alegando que os programas de acompanhamento exigem reforço financeiro.
O vogal da direção do ICAD apresentou números que ilustram a evolução do investimento público, durante a cerimónia da assinatura do protocolo para que a metadona volte a ser dispensada e administrada nas farmácias comunitárias, que decorreu em Lisboa.
Manuel Cardoso recordou que em 2010 foram aplicados 75 milhões de euros, valor que caiu para 58 milhões em 2025.
Para 2026, segundo o mesmo responsável, a meta definida é de cerca de 72,8 milhões de euros, que, após deduzir convenções e compromissos, o montante disponível para intervenção direta será de cerca de 52 milhões.
O vogal da direção do ICAD comparou ainda os custos com os padrões de consumo.
“Um consumidor gasta em média 50 euros por dia, cerca de 18 mil euros por ano. No ICAD, o acompanhamento custa 2,65 euros por dia”, destacou, acrescentando que representa um custo médio anual de 966 euros por cada beneficiário.
Nos últimos anos, 5.500 dependentes recorreram à hidromorfona e 11 mil à metadona, no âmbito de programas de tratamento.
O responsável recordou ainda que o programa da metadona nas farmácias, iniciado em 2008, abrangia nessa altura 2.100 pessoas.