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PCP acusa Governo de estar a piorar deliberadamente situação do SNS

Lusa
19-11-2025 12:13h

O PCP acusou hoje o Governo de estar a piorar diariamente a situação do SNS, considerando que é um caminho “deliberadamente escolhido” e que não depende da manutenção da ministra da Saúde, apesar do seu “comportamento muito criticável”.

Numa declaração na sede nacional do PCP, em Lisboa, o dirigente comunista Bernardino Soares afirmou que, “semana após semana, repetem-se os casos e as decisões que denunciam as crescentes dificuldades no Serviço Nacional de Saúde (SNS)”.

“O Governo não ignora esta situação, muito pelo contrário. Ela corresponde ao plano que desde sempre pretenderam aplicar, que é o da mercantilização do direito à saúde e, com esse objetivo, de degradação acentuada do SNS”, referiu.

Bernardino Soares defendeu que se trata de “um caminho deliberadamente escolhido pelo Governo de Luís Montenegro, do PSD e do CDS, e que não depende da manutenção ou demissão da atual ministra da Saúde, sem prejuízo do seu comportamento muito criticável e das suas declarações profundamente injustas e desumanas”.

“Uma orientação que beneficia claramente do apoio da direita mais extrema – Chega e IL – e sobretudo dos grupos económicos da área da saúde, sejam prestadores privados, seguradoras ou outros”, criticou.

O membro do Comité Central do PCP considerou que a situação está agravar-se em “todas as áreas” e acusou o Governo de procurar “sistematicamente a sua desresponsabilização relativamente às graves situações de falta de acesso aos cuidados de saúde, decorrentes do encerramento ou condicionamento de serviços”.

Entre o vasto leque de críticas que deixou à situação no SNS, Bernardino Soares referiu em particular “a grave situação das urgências obstétricas e pediátricas”, a “contínua desvalorização dos cuidados de saúde primários”, o “agravamento das listas de espera para consultas e cirurgias” ou a “continuada saída e não contratação de profissionais de saúde”.

Enquanto isso acontece, Bernardino Soares referiu que o Governo está a acelerar “medidas de privatização” do SNS, através do início do processo para novas parcerias público-privadas ou o lançamento das unidades de saúde familiar (USF) modelo C, “que correspondem à privatização de cuidados de saúde primários”.

Após fazer estas críticas, o dirigente do PCP defendeu que são necessárias “medidas imediatas para inverter esta situação”, designadamente o “fim dos processos de privatização da gestão do SNS”, a valorização dos profissionais de saúde ou a reabertura dos serviços essenciais que têm sido encerrados.

“É preciso derrotar esta ofensiva do Governo. O PCP estará na primeira linha da defesa do SNS e apela a todos os que valorizam esta importante conquista da Revolução de Abril que se mobilizem na sua defesa”, pediu.

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