A ministra da Saúde disse hoje que está a analisar propostas de prestadores de serviços para colmatar a falta de anestesistas na Maternidade Alfredo da Costa (MAC) através de especialistas tarefeiros.
“Foram recebidas ontem [segunda-feira] propostas de prestadores de serviços no Centro Hospitalar Lisboa Central, estão a ser analisadas e espero que elas permitam responder às necessidades imediatas, pontuais da escala de anestesistas da MAC”, afirmou aos jornalistas Marta Temido, à margem da inauguração da Unidade de Saúde Familiar do Bombarral, no distrito de Leiria.
A governante sublinhou que se trata de uma solução “pontual” e não quer “desfocar daquilo que é a necessidade de resolver o problema estrutural, a falta de anestesistas da MAC”.
O quadro de médicos “tem de ser novamente recomposto, pensando além do que é a prestação de cuidados de saúde materna e obstétrica na MAC, mas em todas as maternidades de Lisboa”, adiantou.
A Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) tinha admitido avançar com um sistema rotativo de urgências obstétricas da Maternidade Alfredo da Costa, Hospital de Santa Maria, São Francisco de Xavier, Amadora-Sintra, e Hospital Garcia de Orta abertas durante o verão, mas a decisão acabou por não ser tomada.
De acordo com um comunicado da ARSLVT, “as direções clínicas e direções de serviço de urgência das cinco unidades de saúde vão articular semanalmente a necessária afetação de recursos, para que, em cada momento, se possam antecipar eventuais fragilidades recorrentes deste período” de férias.
Segundo a nota, houve “reforço da contratação de serviços médicos não só nas especialidades de ginecologia/obstetrícia, mas também nas de pediatria e anestesiologia”.
Em 20 de junho, a Ordem dos Médicos considerou como “um remendo” um eventual sistema rotativo das urgências de obstetrícia de quatro dos maiores hospitais de Lisboa, durante julho e setembro, lembrando que são unidades “de fim de linha” que se encontravam “há meses sobrelotadas”.
“O encerramento rotativo das grandes maternidades de Lisboa, que está neste momento a ser discutido a nível da ARS, é um remendo da situação grave que está a acontecer nestas maternidades de referência e de ‘fim de linha’, que não têm recursos humanos”, disse, em junho, Alexandre Lourenço presidente do Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos.