O candidato presidencial António Filipe afirmou hoje que o caso da grávida e do bebé que morreram no Hospital Amadora-Sintra é grave, assim como a reação da ministra da Saúde, Ana Paula Martins.
Em declarações aos jornalistas, no Funchal, o candidato apoiado pelo PCP realçou que a mulher “era seguida no Serviço Nacional de Saúde, ao contrário do que a senhora ministra da Saúde afirmou no parlamento”.
“E, portanto, é particularmente grave também esse facto, não só o facto em si, o que aconteceu, mas também a forma como a ministra da Saúde reagiu a isso”, defendeu António Filipe, após uma audiência com o representante da República para a Madeira, Ireneu Barreto, no Palácio de São Lourenço.
O candidato presidencial considerou “inaceitável” o aumento de casos de bebés que nascem em ambulâncias, carros particulares ou até na receção de um hospital, acrescentando que a estas notícias acrescem as “perspetivas orçamentais para o próximo ano de cortes no Serviço Nacional de Saúde”.
“Numa situação destas, já tão degradada, haver a perspetiva de cortes no financiamento do Serviço Nacional de Saúde, isso é extremamente preocupante. Portanto, eu acho que os candidatos à Presidência da República não podem ficar indiferentes perante isto, devem pronunciar-se”, disse.
António Filipe insistiu que, independentemente de quem é o responsável pela tutela, “tem de haver uma política de investimento no Serviço Nacional de Saúde, a Constituição exige, e os portugueses também”, vincando que a população tem consciência da importância do SNS “para resolução dos seus problemas”.
O candidato, que está na Madeira numa visita de dois dias, iniciada hoje com a apresentação de cumprimentos à presidente da Assembleia Legislativa Regional, Rubina Leal, referiu que a audiência com Ireneu Barreto foi “de cortesia” e “não houve propriamente temas substanciais em discussão” durante o encontro.
Sobre o cargo de representante da República, cuja extinção é defendida por vários partidos políticos, o comunista considera a função adequada, apontando que não defende “uma revisão constitucional para alterar as características desta figura constitucional”.
Na terça-feira, António Filipe reúne-se com a União dos Sindicatos da Madeira, de manhã, e à tarde tem prevista uma ação de contacto com os trabalhadores da estação dos Viveiros da Câmara do Funchal.