A Comissão Concelhia de Coimbra do Bloco de Esquerda (BE) rejeitou hoje o encerramento do serviço de urgência o Hospital Geral (Covões) da Unidade Local de Saúde (ULS) de Coimbra e exigiu a sua reabertura plena.
"O BE rejeita esta medida, solidariza-se com quem trabalha no Hospital dos Covões [em Coimbra] e com a população que tem sido muito bem atendida nos seus serviços, defendendo a recuperação plena da urgência, com todos os meios humanos e técnicos necessários, e uma estratégia de revalorização", referiu a estrutura, em comunicado.
Salientando que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) "precisa de ser reforçado e não enfraquecido", a Concelhia de Coimbra do BE considerou que o encerramento se insere "na lógica dos últimos anos de condenação progressiva dos Covões à irrelevância, prejudicando gravemente as populações de Coimbra e da região, que perdem um serviço essencial de proximidade".
Segundo o comunicado, esta decisão representa "mais um passo no desmantelamento progressivo do hospital, que o BE vem denunciando há anos".
"O argumento da baixa afluência não pode servir de pretexto para retirar respostas de saúde pública, quando é precisamente a falta de investimento e a redução de valências que têm afastado utentes e profissionais", lê-se na nota.
A ULS de Coimbra anunciou que desde sábado o Serviço de Urgência do Hospital Geral (vulgarmente também identificado por Hospital dos Covões) funciona como Centro de Atendimento Clínico (CAC), assegurando o atendimento clínico imediato e resolutivo a situações agudas não emergentes.
A alteração, de acordo com a administração, visa reforçar “a rede de respostas assistenciais de proximidade” e promover “uma maior adequação dos percursos dos utentes aos diferentes níveis de cuidados”.
Na nota enviada à agência Lusa, a ULS de Coimbra referiu que a decisão surge “na sequência da análise do perfil de atividade do serviço de urgência do HG [Hospital Geral], que registava entre 10 a 15 atendimentos diários, face a uma média de 450 atendimentos por dia no Serviço de Urgência dos Hospitais da Universidade de Coimbra”.
“Este desfasamento evidenciou a necessidade de reorganizar a resposta assistencial, garantindo a melhor utilização dos recursos e uma maior eficiência na resposta fora do horário normal de funcionamento das unidades de cuidados primários”, justificou.