“Nós temos uma estimativa à volta dos 100 milhões, mas não posso, de facto, garantir”, disse Ana Paula Martins, que falava na Assembleia da República, na audição no âmbito da discussão da especialidade do Orçamento do Estado para 2026 (OE2026).

Durante a audição, a ministra foi confrontada com o corte na despesa de medicamentos e material de consumo clínico - que segundo a nota explicativa que acompanha o OE2026 ascende a 208 milhões de euros (-6%), tendo a ministra garantido que não.

“Pergunta-me se algum doente vai ficar sem medicamento? Eu respondo, não”, disse Ana Paula Martins, respondendo à deputada do PCP Paula Santos.

A governante explicou ainda que, quando o Governo tomou posse, havia medicamentos mais antigos, com preço muito baixo, que por isso foram alvo de aumentos excecionais para que não faltem nas farmácias.

Numa interpelação à mesa, a deputada do PS Mariana Vieira da Silva solicitou o ‘spending review’ (folha de revisão de gastos que o Ministério da Saúde faz em conjunto com o Ministério das Finanças), que foi apontado pela ministra para dizer que este orçamento olha para a despesa com aquisições de bens e serviços “de uma maneira diferente”.

“Entendo que a senhora deputada queria ter um quadro onde estão as medidas e os valores à frente, Nós temos isso no ‘spending review’, mas são projeções feitas, obviamente, com base nos cenários que temos”, explicou a governante.

A ministra disse ainda que está a ser analisada a hipótese de ter Unidades de Saúde Familiar de modelo B (USF B) em territórios de baixa densidade e se as USF modelo C (com privados ou setor social) resultam ou não.

“Lançámos agora as convenções, vamos ver se tem sucesso”, acrescentou.