Com filas à porta e controlo policial à entrada, o aeroporto de Lisboa continua hoje a assegurar ligações aéreas, sobretudo para “ajudar as pessoas a regressar a casa”, mas com medidas para evitar possíveis contágios do surto de Covid-19.
Com cartazes e até com avisos sonoros para que os passageiros mantenham a distância de contenção social, a ANA – Aeroportos de Portugal implementou “medidas de mitigação do risco de contágio por aglomeração de passageiros”, avançou Isabel Queiroz, responsável pelos terminais do aeroporto de Lisboa, destacando o controlo do acesso aos terminais e o aumento da higienização e limpeza do espaço.
Na zona das partidas formam-se filas para entrar no aeroporto, porque a gestão de acesso ao terminal está a ser efetuada com a colaboração da Polícia de Segurança Pública (PSP), em que “os passageiros só poderão aceder a ambos os terminais se tiverem um cartão de embarque”, afirmou Isabel Queiroz, em declarações à Lusa, indicando que no terminal 2 os passageiros só podem entrar se tiverem um cartão de embarque nas próximas duas horas, quando habitualmente podem fazê-lo oito horas antes do voo.
Assegurando a limpeza e desinfeção dos espaços e superfícies dentro e fora do aeroporto, nomeadamente nos balcões de ‘check-in’, controlo de segurança, portas de embarque e controlo de fronteira, “espaços comuns onde poderá ser maior o risco”, o aeroporto de Lisboa tem “300 desinfetantes disponíveis, quer para ‘staff’, quer para passageiros”, referiu a responsável pelos terminais, referindo que também existem máscaras e luvas para os funcionários.
Apesar da dificuldade em obter o desinfetante, o aeroporto de Lisboa tem conseguido repor o produto. No entanto, pouco depois da reposição, o desinfetante desaparece, inclusive arrancam-no da parede, situação que foi confirmada pela ANA, referindo que foi feita queixa à PSP.
Questionada sobre a situação vivida no domingo no terminal 2, em que houve um aglomerado de passageiros à espera de embarcar, Isabel Queiroz garantiu que foi “um momento excecional”, resultado do fecho dos aeroportos espanhóis e a implementação de medidas na Europa.
Apesar da afluência à zona das partidas, mais visível nas filas exteriores do que no interior do aeroporto, há muitos balcões de ‘check-in’ encerrados, devido ao cancelamento de voos, sobretudo de e para Espanha.
Após o controlo de segurança, a ANA criou um caminho alternativo que evita a passagem na área comercial, ainda que a maioria das lojas estejam abertas, mas com reduzida procura, excluindo os espaços de restauração.
No âmbito do plano de contingência à Covid-19, o aeroporto de Lisboa dispõe de uma sala de isolamento no aeroporto de Lisboa, para que “sempre que há um caso ou a desconfiança de um caso, esse passageiro é afastado das áreas de circulação e é imediatamente colocado na sala de isolamento até que se consiga obter confirmação ou não das autoridades de saúde“.
Sobre a possibilidade de encerrar portas, Isabel Queiroz frisou que a decisão compete às autoridades de saúde, ressalvando que “o aeroporto e as suas equipas estão a ajudar as pessoas a regressar a casa”.
Além dos corredores quase vazios junto às portas de embarque, onde se vê vários aviões parados, a zona das chegadas está quase deserta.
“Com o diminuir do tráfego, naturalmente conseguimos espaçar mais a entrega de bagagem dos voos e, por outro lado, temos também equipas de limpeza, constantemente, a higienizar os tapetes de recolha de bagagem”, apontou a responsável dos terminais do aeroporto de Lisboa.
O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou mais de 189 mil pessoas, das quais mais de 7.800 morreram.
Das pessoas infetadas em todo o mundo, mais de 81 mil recuperaram da doença.
O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se por mais de 146 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje número de casos confirmados de infeção para 448, mais 117 do que na segunda-feira, dia em que se registou a primeira morte no país.