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IGAS abriu inquérito ao caso do bebé que nasceu na receção da urgência de Gaia

Lusa
21-10-2025 15:16h

A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) revelou hoje que instaurou um inquérito para investigar o caso do bebé que nasceu na receção da urgência do Hospital Santos Silva, na Unidade Local de Saúde Gaia/Espinho (ULSGE).

A situação ocorreu a 04 de outubro e foi relatada à RTP pelo pai da criança e confirmada à Lusa pela administração da ULS.

Em resposta hoje à agência Lusa, a IGAS indigou que recebeu uma participação no dia 06 de outubro e, por despacho de 07 de outubro de 2025, foi decidido pelo inspetor-geral instaurar um processo de inquérito.

“[O objetivo é] apurar os factos relacionados com a assistência prestada a uma utente grávida, cujo bebé nasceu na receção do Hospital Eduardo Santos Silva, integrado na Unidade Local de Saúde de Gaia e Espinho, E.P.E.”, refere a IGAS.

À RTP, o pai da criança disse que apresentou queixa a várias entidades, porque o bebé terá caído de cabeça no momento da expulsão, enquanto a mãe fazia a admissão.

Já a administração da ULSGE rejeitou que a grávida não tenha recebido assistência, descrevendo que, “num primeiro momento, foi assistida na sala de emergência”, um espaço “contíguo à área de receção constituído por médico e enfermeiros”.

Em resposta à Lusa, a ULS admitiu que a grávida recorreu ao serviço de urgência do Santos Silva pelas 16:30, tendo sido feito um CTG (cardiotografia, exame que monitoriza a frequência cardíaca fetal e as contrações uterinas da mãe) “onde se verificou que a utente não se encontrava em fase ativa de trabalho de parto, não sendo previsível uma alteração do quadro tão súbita”.

“Considerando a curta distância entre a residência e o hospital, menos de 10 minutos, e de acordo com as recomendações da Especialidade de Obstetrícia, aplicámos o procedimento habitual: indicação de regresso a casa, com retorno à urgência em caso de alterações no quadro clínico”, referiu a ULSGE.

Segundo o hospital, às 19:59, quando regressou, “durante admissão, procedimento administrativo cuja duração é de três minutos, deu-se o parto, sendo que a grávida foi pronta e instantaneamente assistida pela equipa de emergência”, concluiu.

A 08 de outubro, a ministra da Saúde disse que uma situação como esta não pode deixar ninguém descansado, mas sublinhou que “o hospital tem os mecanismos que já foram acionados para fazer o reporte daquilo que aconteceu objetivamente”.

“É óbvio que nós também não podemos passar o nosso tempo em inquéritos e processos. O que nós queremos é que o Serviço Nacional de Saúde funcione e funcione bem”, disse aos jornalistas à margem do 3.º Congresso Nacional da Distribuição Farmacêutica.

Ana Paula Martins escusou-se a fazer mais comentários sobre esta matéria, dizendo não conhecer a realidade toda.

“Não sabemos em que situação é que a senhora chega à urgência, não sabemos como é que foi feita a triagem. Não sabemos exatamente, a verdade é esta”, concluiu.

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