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Fnam vai reunir com tutela e exigir melhores condições e salários em crise do SNS

Lusa
13-10-2025 13:37h

A Federação Nacional dos Médicos (Fnam) reúne-se na quinta-feira com a tutela, exigindo melhores condições de trabalho e salários justos para os médicos, num contexto de “risco de colapso” do SNS, com unidades de saúde fechadas e urgências sobrelotadas.

A Fnam refere em comunicado que foi convocada pelo Ministério da Saúde para uma reunião de “negociação coletiva no âmbito da carreira médica”, mas alerta que o encontro se realiza “sem envio prévio de ordem de trabalhos ou qualquer proposta de diploma legislativo, contrariando as boas práticas da negociação coletiva e a boa-fé negocial”.

“Este encontro deve marcar o momento em que a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, abandona a postura de bloqueio e assume o diálogo sério que permita aos médicos exercer a sua profissão com dignidade, em vez de continuarem a ser empurrados para fora do SNS”, salienta a federação dos médicos.

A federação liderada por Joana Bordalo e Sá sublinha que os médicos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) exigem “condições dignas e salários justos” numa altura e que “o SNS atravessa uma crise sem precedentes”.

Segundo a FNAM, a situação é marcada por “unidades de saúde encerradas, serviços de urgência sobrelotados” e com bebés a nasceram em ambulâncias ou na rua, totalizando já 63 desde janeiro.

“De Chaves ao Algarve, grávidas, crianças e idosos percorrem dezenas de quilómetros para aceder a cuidados médicos essenciais”, alerta,

A FNAM adianta que já enviou “propostas claras” de revisão dos acordos coletivos para melhoria das condições de trabalho, entre as quais se destacam a reposição do horário semanal de 35 horas e a recuperação do poder de compra, face à aproximação dos salários médicos ao salário mínimo nacional.

Propõe também a reintegração do internato na carreira médica, a recuperação de dias de férias perdidos, a melhoria da formação contínua e o fortalecimento das medidas de apoio à parentalidade.

Segundo a federação, “são medidas, muitas delas sem impacto orçamental, que permitiriam aos médicos conciliar a vida profissional, pessoal e familiar, valorizando a carreira médica e contribuindo para a sustentabilidade do SNS”.

A FNAM exige ainda “compromisso e ação imediata”, lembrando que “a sobrevivência do SNS depende de médicos motivados e valorizados”.

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