O número de pessoas com suspeitas de intoxicação com metanol no Brasil subiu para 43, após as autoridades indicarem que estão a investigar a possível ligação do Primeiro Comando da Capital (PCC) com casos de intoxicação em bebidas alcoólicas.
De acordo com o mais recente boletim, 39 casos foram registados em São Paulo, sendo dez confirmados e 29 em investigação.
Para além disso, as autoridades investigam quatro casos no estado nordestino de Pernambuco.
Foram ainda registadas oito mortes, sendo que destas, sete estão ainda em investigação.
“Nós estamos diante de uma situação anormal e diferente de tudo o que consta na nossa série histórica em relação à intoxicação por metanol no país. A entrada da Polícia Federal no plano se deve à suspeita de envolvimento de uma organização criminosa relacionada à adulteração de bebidas”, disse, em comunicado o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Na quarta-feira, o Ministério da Saúde anunciou a instalação de uma Sala de Situação para monitorizar os casos de intoxicação por metanol após consumo de bebida alcoólica e coordenar as medidas a serem adotadas.
Em causa está a falsificação de bebidas alcoólicas para serem comercializadas.
Em entrevista à TV Brasil, o diretor de comunicação da Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF) afirmou que o metanol importado pelo crime organizado para adulterar combustíveis pode ter sido desviado para distribuidoras de bebidas, estando na origem dos recentes casos de intoxicação em São Paulo.
Esse ter-se-á intensificado após a Operação Carbono Oculto, que em agosto desmantelou um esquema de fraude e lavagem de dinheiro no setor de combustíveis.
Com empresas e transportadoras ligadas ao PCC interditadas, acabou por ser escoado também para destilarias ilegais, denunciou o responsável.
A partir de setembro, "pacientes intoxicados apresentaram histórico de ingestão de bebidas destiladas em cenas sociais de consumo alcoólico, incluindo bares, e com diferentes tipos de bebida, como gin, whisky e vodka", disse o Governo brasileiro.