Um projeto do investigador do Instituto de Telecomunicações (IT) João Ribeiro para estudar medidas contra ruído e erros de sincronização nas comunicações, é um dos seis em Portugal que vão receber financiamento do Conselho Europeu de Investigação (ERC).
O projeto, que será gerido pelo Instituto de Telecomunicações (IT), unidade de investigação independente sediada no Instituto Superior Técnico (IST), vai receber 1,5 milhões de euros do Conselho Europeu de Investigação (ERC), que anunciou bolsas no valor total de 761 milhões de euros para “apoiar investigação de excelência em diversas áreas, incluindo ciências físicas e engenharia, ciências da vida, ciências sociais e humanidades”.
Em comunicado, o IST explica que João Ribeiro vai “desenvolver novas técnicas para estudar canais com perda de sincronização – um caso particular de erros na comunicação, onde, por exemplo, alguns dígitos podem ser eliminados na mensagem final, dificultando a sua comparação com a mensagem inicial”.
Erros com perda de sincronização “aparecem em sistemas de armazenamento de dados de ponta e, em particular, em sistemas de armazenamento de dados em DNA, uma solução promissora devido à sua elevada densidade e durabilidade”, indica a instituição.
A investigação de João Ribeiro, também docente do Técnico, foca-se “em problemas básicos da teoria de códigos e da informação”, áreas que se encontram “na fronteira entre a matemática, a ciência da computação e a engenharia eletrotécnica”.
O objetivo é “desenvolver novas técnicas para estudar canais com perda de sincronização e problemas associados”, combinando para isso “ideias de álgebra, combinatória e geometria”, esclarece.
“Romeu quer enviar uma mensagem a Julieta – uma sequência de dígitos, por exemplo –, mas o canal de comunicação que usam introduz ruído no sinal, alterando alguns dos dígitos comunicados. Para garantir que Julieta consegue compreender a informação, Romeu tem de codificar a mensagem, acrescentando-lhe informação redundante de forma a que, depois de sofridos os erros introduzidos pelo ruído, ainda reste informação útil suficiente para que Julieta a possa descodificar, sem perda do sentido original”, descreve o Técnico de Lisboa.
Em Portugal, foram também distinguidos com as ERC Starting Grants 2025 Joaquim Alves da Silva (Fundação Champalimaud), Vanessa Coelho Santos (Universidade de Coimbra), Paula Nabais (Universidade Nova de Lisboa), Joana Pestana Lages (CVTT-ISCTE) e Rúben Pereira, Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S).
O ERC selecionou um total de 478 investigadores em toda a Europa para receber as Bolsas de Início de Carreira (Starting Grants) deste ano.