Cabo Verde vai medir, entre julho e setembro, o impacto de medidas tomadas nos últimos sete anos para reduzir a alta prevalência de anemia, um problema de saúde pública, anunciaram as autoridades.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) vai realizar o 4.º Inquérito Demográfico e de Saúde Reprodutiva (IDSR IV) junto de 11 mil pessoas, decorrendo, a partir de hoje e até dia 19 de julho, a formação que antecede a partida dos agentes para o terreno.
O último inquérito, realizado em 2018, mostrou que quase metade das crianças cabo-verdianas com menos de 5 anos sofriam de anemia, uma percentagem superior à classificação da Organização Mundial de Saúde (OMS), que considera "um problema grave de saúde pública" qualquer prevalência acima dos 40%.
Entre as medidas que têm sido tomadas, está a administração de um suplemento vitamínico com ferro, com o objetivo de reduzir aquela percentagem para 20%.
A anemia pode prejudicar o desenvolvimento cognitivo e o desempenho escolar, sendo mais evidente em crianças de famílias e meios mais carenciados, com um regime nutricional deficitário.
O novo inquérito vai abranger “6.000 mulheres entre 15 e 49 anos, 3.000 homens entre 15 e 59 anos e 2.000 crianças menores de seis anos, selecionados nos agregados familiares a nível nacional”, explicou o INE, em comunicado.
Além de identificar casos de anemia, o IDSR IV incorpora ainda um teste de VIH/SIDA (prevalência de 0,6%, em 2018).
As equipas pretendem também “estudar a violência baseada no género, entre outros aspetos”, concluiu.