O presidente da Câmara de Leiria, Gonçalo Lopes, garantiu hoje que o município não vai permitir “zonas de medo” na cidade e exigiu ao futuro Governo mais meios e melhores condições no âmbito da segurança.
“Não vamos permitir zonas de medo em Leiria, atuaremos sem hesitações”, afirmou Gonçalo Lopes, na sessão comemorativa do Dia do Município, durante o qual prometeu “tolerância zero”.
Assegurando que o executivo vai trabalhar com a GNR e a PSP nas “áreas críticas das freguesias e da cidade”, o autarca socialista lembrou estar em curso o reforço da videovigilância e a criação da Polícia Municipal.
“E vamos fazer uma exigência clara ao futuro Governo: mais meios, melhores condições”, adiantou Gonçalo Lopes, afiançando que as forças de segurança vão ter apoio material e financeiro da autarquia, para acrescentar que, “quem põe em causa a segurança em Leiria, vai encontrar uma resposta firme, muito firme”.
O autarca reconheceu o “esforço, dedicação e competência” dos elementos das forças de segurança para com o concelho e quem nele habita, mantendo disponibilidade para apoiar “quando os outros têm falhado ao longo de tantos anos”.
No discurso, o presidente da Câmara e recandidato ao cargo nas próximas eleições autárquicas, fez um balanço do mandato, destacando a descida da dívida municipal e investimentos nas mais diversas áreas, e agradecendo aos trabalhadores do município e equipa de vereadores.
O autarca elencou depois prioridades para o futuro, constantes na Estratégia Leiria 2035, apresentada em abril.
“Vamos trabalhar para que a nova estação [ferroviária] da alta velocidade na Barosa se torne uma verdadeira locomotiva do desenvolvimento do território”, disse, acreditando que “este investimento estratégico vai revolucionar o posicionamento de Leiria”.
A conclusão da requalificação da rede de escolas, o reforço da oferta de habitação acessível ou a execução do novo plano de drenagem pluvial para a sede do concelho foram outros dos exemplos que Gonçalo Lopes mencionou.
“Vamos lançar o Polis 2.0, um novo corredor verde urbano com ligação ao Aquapolis”, adiantou, elencando ainda projetos na área económica, como o ‘Leiria Creative Station’, para promover as indústrias criativas, no antigo edifício do Instituto da Vinha e do Vinho, na Gândara dos Olivais.
Na saúde, o foco vai ser a modernização do Centro de Saúde Gorjão Henriques, em Leiria, e a requalificação da rede de unidades de saúde familiar.
“Vamos também lutar por um hospital modernizado, com mais médicos e enfermeiros”, declarou, frisando que o compromisso é o de construir uma Leiria “com todos, para todos”.
As questões da segurança e da saúde foram também suscitadas pelo vereador Álvaro Madureira, independente eleito pelo PSD.
“No que toca à insegurança, Leiria tornou-se no novo normal. Existe criminalidade [a] que já não estávamos habituados”, alertou, reiterando o apelo de mais meios, polícia presente nas ruas, Polícia Municipal e, no imediato, guardas-noturnos.
Antes, porém, Álvaro Madureira considerou que o “ciclo positivo” do concelho “carece de um acompanhamento simultâneo” na habitação e na saúde, e, especificamente, em relação ao Hospital de Santo André, lamentou os “encerramentos sistemáticos das urgências”.
“O Orçamento do Estado teima em não alocar verbas para a construção de uma urgência adequada à população que aí ocorre e os médicos continuam a ser insuficientes nas freguesias”, afirmou, considerando, por outro lado, que “tem faltado ao poder autárquico a força reivindicativa junto dos governos”.
Na sessão solene, na qual o orador convidado foi o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, além da distinção de trabalhadores do município, foram entregues medalhas a pessoas e entidades que se distinguiram no concelho.
Também hoje, decorre uma homenagem, com um monumento na cidade, a Tomás de Oliveira Dias (1933-2024), um dos fundadores do PPD/PSD.