O número de pessoas em situação de insegurança alimentar na Guiné-Bissau aumentou em 24% nos últimos 12 meses, sobretudo devido às cheias, referiu o Programa Alimentar Mundial (PAM).
Em comunicado enviado à Lusa, a mesma fonte referiu que em março e maio de 2024, o número de pessoas em situação de insegurança alimentar na Guiné-Bissau era de 23.671 e nos mesmos meses deste ano o número aumentou para 121.695 pessoas.
Até aos meses de julho e agosto deste ano, prevê-se que o número de pessoas em situação de insegurança alimentar na Guiné-Bissau ascenda a 146.034, o que representará a fase “de crise”, correspondendo a um aumento para 26% em comparação com o período homólogo em 2024.
“Estes agregados familiares necessitarão de programas de reforço da resiliência para evitar que entrem em crise”, adianta-se nos resultados de uma análise do PAM validados na reunião do mecanismo regional de prevenção e gestão de crise alimentar.
A reunião foi realizada no Togo nos dias 10 e 11 deste mês, juntando nove países da África subsaariana, entre os quais a Guiné-Bissau, cujos dados se referem a um total de 1.816.450 pessoas analisadas.
O documento destaca que a situação atual de insegurança alimentar é “mínima” nas regiões de Bissau, Bafatá e Quinará e “sob pressão” nas regiões de Biombo, Bolama, Cacheu, Gabu, Tombali e Oio.
Em setembro de 2024, a Guiné-Bissau sofreu “cheias de magnitude excecional”, causadas por precipitações intensas e prolongadas que submergiram uma área total de 125.221 hectares, incluindo 5.813 hectares de terras agrícolas.
No estudo refere-se ainda que as inundações provocaram “impactos consideráveis” nos meios de subsistência das pessoas que seriam, entre outras, as causas da insegurança alimentar no país.