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Apagão: Atividade normal retomada na saúde e casos não urgentes remarcados para próximos dias

LUSA
29-04-2025 14:03h

A atividade normal das unidades de saúde foi retomada hoje e as situações não urgentes que tiveram de ser adiados na segunda-feira, por causa do apagão, estão a ser remarcadas para os próximos dias, garantiu a Direção Executiva do SNS.

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Em comunicado, a Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS) diz que as 39 Unidades Locais de Saúde (ULS) e os três IPO (Instituto Português de Oncologia) acionaram os respetivos planos de contingência na sequência da falha de energia e “garantiram que todos os recursos estavam concentrados nas respostas urgentes e essenciais para os utentes”.

Diz ainda que as maiores dificuldades sentidas foram ao nível do abastecimento de combustível para os geradores, nomeadamente no Hospital dos Capuchos e na Maternidade Alfredo da Costa, bem como a necessidade de substituição de um gerador na ULS da Guarda, que se conseguiram solucionar.

Citado no comunicado, o diretor executivo do SNS, Álvaro Santos Almeida, considerou que “o SNS soube responder à crise”, tendo garantido a resposta às necessidades da população.

“Quero também agradecer, em nome da DE-SNS, aos milhares de profissionais que, uma vez mais, demonstraram um forte empenho e dedicação, tendo graças a eles o SNS mantido a operacionalidade, segurança e capacidade de resposta”, acrescentou.

A nota adianta ainda que durante dia de segunda-feira a DE-SNS esteve em contacto com as ULS no sentido de apurar dificuldades, precaver problemas e garantir o abastecimento dos geradores dos hospitais.

Em declarações à Lusa hoje de manhã, o presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), Xavier Barreto, contou que houve alguns momentos tensos na segunda-feira por causa da necessidade de reabastecimento de combustível para os geradores dos hospitais, pois nem todos tinham a mesma autonomia.

“A partir do momento em que aconteceu a falha, todos os hospitais começaram a tentar perceber qual era a sua autonomia, qual a quantidade de combustível que tinham em ‘stock’, e as situações não eram iguais. Tínhamos hospitais com ‘stocks’ mais pequenos e, portanto, com menos capacidade de aguentar os geradores até mais tarde”, explicou o responsável, acrescentando que a coordenação com as diversas autoridades para reabastecer “correu bem”.

Disse ainda que o reabastecimento “foi sendo discutido com a Proteção Civil e com o Governo”, que “assumiu desde logo a prioridade de abastecer os hospitais e abastecer de forma prioritária os que não tinham ‘stocks’ de combustível ou tinham stocks mais ‘baixos’”.

“Foi um processo muito tenso. Quando se percebe que os geradores têm um prazo expectável a partir do qual irão parar, não tendo a certeza de que vai ser reabastecido, é sempre um momento muito tenso”, contou.

Explicou igualmente que os hospitais, quando perceberam o que estava a acontecer, “desligaram todas as áreas que não eram críticas”, como as consultas, o ambulatório, hospitais de dia e áreas de apoio, como lavandarias e cozinhas.

“A energia disponível nos geradores e nas baterias tem de ser guardada para os doentes críticos”, acrescentou.

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